Sansacroma lança “A Dança da Indignação”, livro comemorativo aos 15 anos de atividades da cia paulistana
Sansacroma lança “A Dança da Indignação”, livro comemorativo aos 15 anos de atividades da cia paulistana
Lançamento acontece na próxima sexta-feira, dia 29 de setembro, às 20h, na Aparelha Luzia, em São Paulo. Livro conta a trajetória da cia que nasceu na periferia sul da capital e registra a metodologia criada pela diretora Gal Martins, denominada de A Dança da Indignação
Na próxima sexta-feira, dia 29 de setembro de 2017, às 20h, a Cia Sansacroma realiza o lançamento do livro “A Dança da Indignação”, em comemoração a seus 15 anos de atividades. O lançamento acontece na Aparelha Luzia, em São Paulo, relevante espaço cultural de resistência negra da capital paulista.
Com 156 páginas, tiragem de mil exemplares e editado pela Papel Brasil Editora, o livro “A Dança da Indignação” foi escrito com a participação de todos os integrantes da Cia e do consultor de pesquisa Rodrigo Reis, que assina a organização do livro. A publicação conta ainda com as colaborações de Chris Gomes, Yaskara Manzini, Luciane Ramos-Silva, Kanzelumuka e Erica Malunguinho.
“A Dança da Indignação” traz a trajetória da Cia Sansacroma desde seu nascimento, há 15 anos, no Capão Redondo, na periferia sul de São Paulo, relembrando os espetáculos criados pela companhia: “Negro por Brasil” (2002), “Orfeu Dilacerado” (2006), “Solanidade” (2007), “Solano em Rascunhos” (2008), “Angu de Pagu” (2010), “Marchas” (2012), “Máquina de Fazer Falar” (2012), “Outras portas, outras pontes” (2012) e “Sociedade dos Improdutivos” (2015).
O livro também discorre sobre a pesquisa e metodologia de criação em dança desenvolvida por Gal Martins denominada de “Dança da Indignação”, cujo conceito pressupõe uma linguagem estética que pretende reverberar indignações coletivas numa abordagem política.
“A Dança da Indignação” traz ainda os registros de outras produções da Sansacroma, como os Programas Retratos 1 (2012) e 2 (2017), mostras de curtas em que pessoas relevantes para a comunidade periférica paulistana recebem a visita de intérpretes-criadores da cia, os quais ouvem suas histórias e, a partir das narrativas destes homenageados, criam uma coreografia inspirada naqueles personagens ou nas histórias que foram registradas.
Outra ação artística da Sansacroma documentada no livro é o Circuito Vozes do Corpo, mostra de danças contemporâneas que reúne apresentações diversas entre companhias de dança, coletivos artísticos, artistas solo, rodas de conversa e workshops e que, em 2017, chegou à sua oitava edição.
Das atividades mais recentes, o livro narra a realização do 1º Fórum de Criação Convivial, realizado ao longo do primeiro semestre deste ano com 14 participantes com o intuito de compartilhar seus processos e a metodologia da Dança da Indignação. O final do Fórum culminou com apresentações de solos individuais e o livro conta com os depoimentos dos artistas contando sobre seus processos.
Segundo a diretora da Cia Sansacroma, Gal Martins, além de registrar a memória da companhia durante seus 15 anos de trajetória, a publicação possibilita um registro estético que pretende contribuir para a diversidade da história da dança paulistana. “A ideia é compartilhar com artistas e não artistas os caminhos de nossa criação em dança que perpassam por questões que nos afetam cotidianamente, seja nas relações sociais, políticas e/ou poéticas”, conta Gal.
Atualmente, a Cia Sansacroma é composta por Aysha Nascimento, Ciça Cecília, Dandara Gomes, Djalma Moura, Erico Santos, Flip Couto, João Simões , Malu Avelar e Verônica Santos.
Sobre a Cia. Sansacroma – Criada em 2002 pela atriz, dançarina e coreógrafa Gal Martins, a Cia. Sansacroma tem se dedicado a desenvolver trabalhos baseados no hibridismo característico às criações coreográficas na contemporaneidade. O ponto de partida das criações são as poéticas do corpo negro e como ele está inserido na sociedade. Focaliza temas pertinentes à sociedade atual, no modo em que chegam e afetam a todos diretamente, seja no cotidiano das ruas, nas relações sociais e interpessoais, na mídia ou na própria arte. A Dança da Indignação, conceito criado pela artista, norteia a pesquisa de linguagem estética da companhia, que pretende reverberar no ato dançante as indignações coletivas, numa abordagem política-poética que aponta para as intersecções entre arte e vida. Tendo feito uma escolha singular ao atuar diretamente na periferia sul de São Paulo, onde este território influencia diretamente o seu processo artístico.
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