Tadzio
Nos últimos anos a Igreja
Católica vem sofrendo uma série de denúncias de casos de pedofilia envolvendo
lideranças religiosas, principalmente nos EUA e Europa, levando o Papa
Francisco a criar, em 2013, uma comissão para investigar as acusações. Esse tema
tão delicado é abordado no espetáculo Tadzio, que reestreia dia 14 de janeiro
no Teatro Viradalata, para uma última temporada, com André Grecco, Rodrigo de
Castro e Nana Pequini
A peça de Zen Salles, com
direção de Dan Rosseto, é levemente inspirada no livro “Morte em Veneza” de
Thomas Mann, que narra a paixão platônica do escritor Gustav von Aschenbach por
um jovem polaco de apenas 13 anos. Outra inspiração foi o polêmico e notório
caso da Escola Base de São Paulo, onde os seus diretores foram acusados pela
opinião pública de abusarem sexualmente de alguns alunos. Após uma investigação
sem nenhum rigor ou prova concreta, essas pessoas conseguiram provar a
inocência, porém ficaram diversas marcas.
A partir desses fatos, dois
aspectos foram trabalhados com maior destaque dentro do processo ficcional de
“Tadzio”. O primeiro aspecto é o incontrolável desejo que perturba ferozmente
as personagens envolvidas. Já o segundo é o julgamento precipitado que pode
haver diante de alguns fatos inventados e que passam a ser encarados como uma
verdade absoluta.
Na trama, um jovem de 25 anos é
ordenado padre e diante da tão sonhada realização, passa a relembrar em tom de
confissão como nasceu o seu desejo pelo “santo sacerdócio”. Também narra a
maneira que conheceu o seu grande mestre e fonte de inspiração para a vida, o
padre Enoque, que despertou nele uma “diabólica” paixão quando tinha apenas 13
anos. Os fatos são contados a partir do ponto de vista de Tadeu que,
extremamente contrariado em seu desejo não consumado, resolve se vingar do
padre Enoque a partir de uma escandalosa revelação.
É justamente aí que o
espetáculo aborda um pouco da complexidade humana, que vai muito além do bem e
do mal, do céu ou do inferno, de Deus ou do Diabo que nos faz pensar sobre as
várias facetas de um desejo avassalador. Na mesma intensidade, também analisa
como o mundo ao redor pode reagir diante de uma surpreendente confissão, seja
ela verdadeira ou não.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Zen Salles
Direção: Dan Rosseto
Elenco: André Grecco, Nana Pequini e Rodrigo de
Castro
Assistente
de Direção: Denise O. Freire
Trilha
Sonora: Fred Silveira
Cenário,
Figurino e Iluminação: Kleber Montanheiro
Direção
de Produção: André Grecco, Dan Rosseto e Fabio
Camara
Contraregragem: Ana Clara Rotta
Operação
de luz: Jonatas Gonçalves e Rafael Petri
Operação
de som: Rafael Gratieri
Arte
gráfica e fotos: Rafael Petri
Foto
cartaz: Victor Iemini
Assessoria
de Imprensa: Fabio Camara
Realização: Cão Bravo Produções, Applauzo Produções e
Lugibi Produções
SERVIÇO:
LOCAL: Teatro
Viradalata, Rua Apinajés, 1387 – Sumaré. 270 lugares
(Estacionamento conveniado em frente)
DATA: 14/01 até 04/03 (Domingo 19h)
INGRESSOS: R$ 60,00 e R$ 30,00 (meia-entrada)
INFORMAÇÕES: (11) 3868 3525
DURAÇÃO: 70 min
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
EQUIPE:
ZEN SALLES
(Autor) - Jornalista formado pela Universidade
Federal do Maranhão e dramaturgo com aperfeiçoamento no Núcleo de Dramaturgia
Sesi-British Council. “Pororoca”, peça de sua autoria, foi escolhida para
montagem após um rigoroso processo seletivo, ficando em cartaz durante seis
meses no Teatro do Sesi em São Paulo com direção do premiado Sérgio Ferrara.
Com “Pororoca” recebe a indicação ao prêmio de Melhor Dramaturgo de 2010 pela
Cooperativa Paulista de Teatro. É autor das peças “Agridoce", "Jet
Lag”, “On $ALE” e “Bílis”, que participaram com grande sucesso das Satyrianas.
Também é autor de “1, 26”, peça protagonizada pela atriz Bárbara Bruno e que
participou do projeto Os Dez Dramaturgos no site Teatro Para Alguém. Escreve
também os textos “Tilt” e “Siameses”, que fez parte do projeto Letras em Cena,
realizado no Masp. Em 2014 estreou, “Genet – O Poeta Ladrão”, também
com direção de Sérgio Ferrara.
DAN
ROSSETO (Diretor) - graduado em Comunicação
Social, Cinema e Pós-Graduado em Crítica de Arte e diretor da escola Applauzo
Produções. Em 2017 escreveu e dirigiu o espetáculo Enquanto as Crianças Dormem.
No ano de 2016 foi o diretor dos espetáculos Diga que Você já me Esqueceu de
sua autoria, As Loucuras que as Mulheres Fazem de Luciana Guerra Malta e Hoje é
Dia de Maria – O Musical de Carlos Alberto Soffredini. Em 2015, foi
responsável pelas direções de O Colecionador de Universos e o Falcão Vingador
de Luccas Papp, Lisbela e o Prisioneiro – O Musical de Osman Lins e Antes de
Tudo, seu segundo texto montado. Esteve à frente da direção dos espetáculos
Manual para Dias Chuvosos (2014) de sua autoria, Valsa nº 6 (2012) de
Nelson Rodrigues, Eles não usam Black Tie (2011) de Gianfrancesco Guarnieri,
Quando as Máquinas Param (2008) de Plínio Marcos, Maldito Coração (2008) de
Vera Karam, O Colecionador (2007) de Mark Healy, Dois Irmãos (2006) de Fausto
Paravidino entre outros. É fundador da Cia. Eventual de Teatro e esteve em
países como México e Chile com a peça Marcas de um Crepúsculo (2005), Antes que
seja Tarde (2008) e Como Dizemos, Adeus (2009). Como ator, esteve nas montagens
de Roleta Russa (2015/16) de Raphael Montes, Imperador e Galileu (2008) de
Henrik Ibsen, O Beijo no Asfalto (2007) de Nelson Rodrigues, Canãa – A Terra
Prometida (2005) de Jarbas Capusso Filho, Mão na Luva (2001) de Oduvaldo Viana
Filho, Ponto de Partida (1999) de Gianfrancesco Guarnieri, Madame Blavatsky
(1997) de Plínio Marcos entre outros.
ANDRÉ GRECCO (Ator e
produtor) - Formou-se em Artes
Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA –
USP). É ator, diretor, iluminador e produtor teatral. Em teatro atuou em “Romeu
e Julieta” de William Shakespeare com direção de Ivan Feijó, “Francesca” de
Luís Alberto de Abreu (Indicado ao Prêmio Shell/2012 – Melhor Dramaturgia) com
direção de Roberto Lage, “Perdoa-me por me Traíres” de Nelson Rodrigues com
direção de Lúcia Veríssimo, “Gazinha” da Cia dos Ditos Cujos com texto e
direção de Sidmar Gomes, “Notas da Superfície” com direção de Márcia Abujamra,
“O Bailado de Flávio de Carvalho” com direção de Roberto Lage, “O Açougue ou De
Como Frank Sinatra me Emociona” e "292" com texto e direção de
Marcelo Soler, entre outros. Em cinema atuou em "O Futebol" de
Sócrates e Kleber Mazzieiro de Souza e nos curtas-metragens “Luz” (Festival Mix
Brasil – Mostra Oficial 2010) de Bruna Capozzolli e "Geóides" de
Sérgio Concílio, entre outros.
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