Escrever para resistir
Toni Morrison, James Baldwin e outros autores negros que, com seus escritos, resistiram ao racismo e afirmaram sua identidade são alguns dos retratados em Caixa-preta: escrevendo a raça, de Henry Louis Gates Jr., que chega esta semana às livrarias. Gates Jr. estará em São Paulo, n’A Feira do Livro 2024. Outra convidada da Feira, Camila Sosa Villada, também lança nesta semana A namorada de Sandro.
E mais: textos sobre os efeitos da ocupação na Palestina, da psiquiatra Samah Jabr; memórias do poeta Hanif Abdurraqib; uma edição com manuscritos inéditos de A bela e a fera, de Clarice Lispector; as percepções de Roberto Calasso sobre Robert Bazlen; a estreia na ficção desta editora da Quatro Cinco Um, Iara Biderman; obras reunidas de Hugo de Carvalho; ensaios de Lélia Gonzalez sobre festas populares; um romance de Alejo Carpentier; e mais novidades quentinhas.
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Caixa-preta: escrevendo a raça. Henry Louis Gates Jr. Trad. floresta • Companhia das Letras • 248 pp • R$ 84,90 |
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A namorada de Sandro. Camila Sosa Villada. Trad. Joca Reiners Terron • Planeta • 96 pp • R$ 44,90 Com o lançamento deste livro, a autora argentina tem sua obra completa traduzida no Brasil. Estreia de Sosa Villada na literatura, a coletânea de poemas em prosa e versos livres, publicada originalmente em 2015 e revista pela autora em 2020, traz reflexões sobre o fim de um relacionamento, mas não trata apenas de um amor. Villada é um dos destaques d' A Feira do Livro 2024. Em entrevista à Quatro Cinco Um, Villada diz que “Na época [em que publicou A namorada de Sandro], postava poemas no Facebook, e editoras de Córdoba e de outros lugares do país queriam editá-los. Mas eu tinha vergonha de que fossem registrados para sempre, especialmente por ser poesia, um sentimento tão delicado, tão exposto, sem a possibilidade de estar subordinado a uma narrativa. Era algo cru, que escrevi durante a separação do meu primeiro namorado, único que apresentei aos meus pais. Estava sofrendo e vivendo um momento de fragilidade. Quando foi reeditado, em 2020, eu o retomei — assim como fiz com Tese sobre uma domesticação — e limpei o que poderia causar pena.” Leia a entrevista de Adriana Ferreira Silva na íntegra.Leia também: Primeiro livro escrito por Camila Sosa Villada, A namorada de Sandro reúne poemas compostos após o fim de um relacionamento; leia trecho |
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Sumud em tempos de genocídio. Samah Jabr. Org. e trad. Rima Awada Zahra • Tabla • 192 pp • R$ 68 |
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Um pequeno demônio na América: Notas em homenagem à performance negra. Hanif Abdurraqib. Trad. Stephanie Borges • WMF Martins Fontes • 432 pp • R$ 84,90 |
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Bobi. Roberto Calasso. Trad. Pedro Fonseca • Âyiné • 100 pp • R$ 79,90 |
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Tantra e a arte de cortar cebolas. Iara Biderman. |
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Obras reunidas de Hugo de Carvalho Ramos, Vol. 1: Tropas e Boiadas/Poesias e Vol. 2: Escritos esparsos/Artigos/Correspondências. Hugo de Carvalho Ramos.Ercolano • 323 pp e 399 pp • R$ 98, R$ 107, R$ 215 (box com os dois volumes) Os dois volumes reúnem toda a obra do escritor goiano, morto em 1921: poesias, ensaios intimista e contos, incluindo os de Tropas e boiadas, sua obra mais conhecida, que trata do universo agrícola sem cair no regionalismo. As edições contam com textos críticos de Lázaro Ribeiro, Ricardo Domeneck, Antón Corbacho e Alberta Vicentini sobre a vida e as obras de Carvalho Ramos. Assinantes da Quatro Cinco Um têm 20% de desconto no site da Ercolano. Conheça o nosso clube de benefícios, que dá descontos em livros, eventos e mais. |
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Vapt-vupt + novidades quentinhas - A porta aberta do Sertão: histórias da Vó Geralda. Geralda de Brito Oliveira, Isla Nakano e Renata Ribeiro.
Compilação de histórias de uma anciã que é um marco vivo do noroeste de Minas Gerais. A sertaneja descreve passagens da infância no cerrado mineiro, casamento, maternidade e a luta pela terra. Relicário • 242 pp • R$ 59,90 - A doença do outro: uma peça palestra. Ronaldo Serruya.
Influenciado por conceitos do feminismo negro, da teoria queer e da ideia do Outro, o autor e dramaturgo analisa a história social da aids, sua inscrição no corpo dos sujeitos e os estigmas que cercam a doença. Pref. João Silvério Trevisan • Editora Javali • 112 pp • R$ 40 - Deusas, bruxas e feiticeiras: histórias de quando Deus era mulher. Julia Myara.
A professora de filosofia antiga da PUC-Rio traça um estudo sobre os artifícios que apagaram figuras femininas ao longo da história. Planeta • 208 pp • R$ 57,90 - O país dos privilégios, Volume 1: os novos e velhos donos do poder. Bruno Carazza.
- No primeiro volume de uma trilogia, o economista e colunista do Valor Econômico, autor de Dinheiro, eleições e poder (Companhia das Letras, 2018), analisa o corporativismo estatal.
Companhia das Letras • 336 pp • R$ 94,90 - Mattéo: Primeiro Ciclo (1914-1919). Jean-Pierre Gibrat.
O quadrinista francês narra a saga de Mattéo, um descendente de espanhóis, às vésperas da I Guerra Mundial, na França. Trad. Fernando Scheibe & Bruno Ferreira Castro • Nemo • 160 pp • R$ 164,90 - Arqueologias. Prisca Agustoni.
A poeta suíça que vive em Minas Gerais e é vencedora do Prêmio Oceanos 2023 na categoria poesia por O gosto amargo dos metais (7Letras), reúne poemas sobre desigualdade, tradições culturais e paisagens naturais. Pref. Verônica Stigger • Peirópolis • 96 pp • R$ 58 - Da arte de (se) orientar [para Pós-modernos e Geração Z]. Jean Pierre Chauvin.
O escritor e professor de editoração da ECA-USP parodia tratados dos séculos 16 e 18 sobre condutas adequadas, tecendo um paralelo sobre as normas contemporâneas para ingressar no mundo acadêmico. Editora Ponta de Lança • 104 pp • R$ 54,90 - Filho nativo. Richard Wright.
Elogiado por James Baldwin e Henry Louis Gates Jr., este clássico da literatura norte-americana ambientado em Chicago nos anos 30 faz um retrato da experiência negra nos Estados Unidos. Trad. Fernanda Silva e Sousa. Companhia das Letras. 504 pp. R$ 119,90
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