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MNBA - Zélia Salgado: lançamento de site e pequena mostra


MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES - MNBA
RIO DE JANEIRO

EXPOSIÇÃO ZÉLIA SALGADO







Zélia Salgado: lançamento de site e pequena mostra, no MNBA, resgatam a obra de uma das precursoras da arte abstrata

            Figurando entre os mais expressivos nomes da arte moderna brasileira, Zélia
Salgado (1904-2009) vai ser relembrada a partir de 9 de outubro, com o lançamento
do site zeliasalgado.art.br.  A data coincide com o aniversário da artista e o evento é uma iniciativa de Pedro Rosa (Embaúba Produções),  englobando  também  uma exposição  com as obras da artista no Museu Nacional de Belas Artes/IBRAM/MinC.

            Com o patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro,
através da Superintendência de Artes – o projeto do site foi contemplado no edital de Mídias Digitais 2011 -,  e a página explora em leitura não-linear a posição privilegiada que a artista teve em seu meio, sendo um elo entre figuras como o paisagista Roberto Burle Marx, a gravadora Fayga Ostrower (colega), a escultora Lygia Clark (sua aluna),
Nicolina Vaz de Assis (tia e escultora). Além disso no site são enfocadas suas influências e seus influenciados.

            Em  paralelo, a mostra exibirá a escultura “Circulando”, a pintura “Bordadeira”, a pintura  “No Espaço”, uma escultura de seu último aluno, Gilberto Genesini, e ainda “Forma em  Alumínio”, entre outras.

            Zélia Ferreira Salgado destacou-se pela escultura, especialmente a abstrata,
da qual é considerada uma das precursoras no país. Aluna do mestre Henrique
Bernardelli, professor da então Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), nos anos
1920, foi laureada com um prêmio de viagem pela ENBA nos anos 1930. Afim de
aperfeiçoar os estudos, vai morar em Paris onde foi aluna de Othon Friesz, Isac
Dobrinsky e Robert Wlérick na lendária academia La Grande Chaumière. Na década
de 40 passa a trabalhar com o artista e paisagista Burle Marx em seu ateliê no Leme,
que a estimula a fazer suas primeiras esculturas abstratas, logo recebendo críticas
positivas.

            Participou das cinco primeiras Bienais de São Paulo, nos anos 1950, e ainda
de mostras nos Museus de Arte Moderna, tanto do Rio quanto de São Paulo. “A
pintura lhe serviu de mediação para chegar a esse diálogo final com a pedra que
talvez seja agora, entre outros materiais, alumínio, bronze, ferro, aquele de sua íntima
predileção”, observou na época Mario Pedrosa, um dos maiores críticos de arte de
todos os tempos.

            Depois de integrar a famosa 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, realizada
no hotel Quitandinha (em Petrópolis), Zélia Salgado inicia turmas no MAM/RJ, onde
leciona até 1959, ao lado da gravurista Fayga Ostrower. Atuando em outra frente, a
artista presidiu o capítulo brasileiro da Associação Internacional dos Artistas Plásticos,
filiada à UNESCO.

Valor positivo do modernismo

            Na década seguinte, Fayga Ostrower constatava a maturidade artística da
colega, opinião corroborada pela mídia. Nas páginas do jornal O Estado de São
Paulo, por exemplo, o crítico Geraldo Ferraz apontava em 1966 que “Zélia Salgado, é
principalmente uma artista de formação séria, de sério desenvolvimento, de séria
participação na arte brasileira.”

            Comentando a obra de Zélia, a renomada  gravadora Fayga Ostrower, afirmou: "esta pintora, alheia inteiramente à política de grupos em que se dividem os artistas brasileiros, é um valor positivo do modernismo brasileiro. Tem o senso da cor e sabe compor com segurança e facilidade. Conhece por sua vez o segredo de transformar o retrato em pintura, fazendo com que o quadro representando uma menina seja visto antes de tudo por seus valores pictóricos".

            Marcando um período em que vivenciou o lado familiar, os anos 70 foram em
parte traçados pela maior proximidade da artista com a administração da fazenda
do marido.  Contudo,  tempos depois,   Zélia ganhou uma grande retrospectiva, abarcando 150 trabalhos, na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP/SP), em 1988. Foi por esta época que Roberto Burle Marx dizia lamentar o fato de que “Zélia Salgado não tenha sido reconhecida pela  crítica, em seu verdadeiro valor. Muitas vezes ocupados com os modismos que dominam certos períodos, os críticos não penetram suficientemente na essência de certas expressões artísticas”.

            Entre 1990 e 1994 a artista produziu seus últimos trabalhos, desenhos e pinturas abstratas, exibidos na Galeria do IBEU. Em 2002,  é resgatada do esquecimento com uma exposição no Espaço CEDIM(no Rio de Janeiro), produzida  por Pedro Rosa, destacando sua arte abstrata na pintura e escultura e no documentário em vídeo 'Aspirações Abstratas', que integra o conteúdo do site.

            Como poucas oportunidades registradas na história da arte, Zélia Salgado esteve presente à própria  exposição comemorativa de seu centenário, realizada em 2004 no MNBA,  quando se produziu uma alentada retrospectiva da sua obra.  Apenas cinco anos depois,  em agosto de 2009, Zélia Salgado morre no Rio de Janeiro,  aos 104 anos.

            Os trabalhos de Zélia Salgado completam acervos como os do Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC, do MAM/SP, e do Museu de Arte Brasileira da FAAP/SP, além de coleções particulares no Brasil e no exterior.


Evento: Lançamento do site ZéliaSalgado.art.br e mostra com obras da artista
Data: dia 09 de outubro, às 17h
Periodo da mostra:  de 9 de outubro até 8 de dezembro.
Visitação:  de terça a sexta das 10 às 18h, sábados, domingos e feriados de 12h até 17h. Entrada franca.

Visite o site: www.zeliasalgado.art.br

*Assessoria de imprensa do MNBA - Nelson Moreira, Carolina Oliveira e Roberta            Rubinstein:  (21) 3299-0638 


Visite o site: www.mnba.gov.br     

Facebook:  www.facebook.com/MNBARio





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