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GALERIA LUME- EXPOSIÇÃO | ESSE SONHO PODE NUNCA ACONTECER

 







Galeria Lume tem o prazer em convidar para a exposição
ESSE SONHO PODE NUNCA ACONTECER
de Gabriella Garcia
Abertura 17 de Julho de 2021
Sábado 11h - 18h
detalhe da obra "Entre drops, dramas e drapeados"


Por meio de pinturas, esculturas, instalações, trabalhos em suportes diversos, a artista Gabriella Garcia reflete sobre relações que evidenciam o jogo de duplas opostas: o sólido e o etéreo, o volume e o plano bidimensional, o condensado e o volátil, o passado e o presente. Uma síntese inédita desta pesquisa será apresentada em sua primeira individual na Galeria Lume.

No primeiro espaço da mostra, a representação do drapeamento - movimento dos tecidos e suas dobras - nos vãos entre as pinturas e esculturas criam abstrações e novas perspectivas. No segundo, situado na sala central da Lume, tudo se conecta e cada trabalho existe a partir do outro, em uma sala cujas paredes são pintadas por pigmento mineral. A relação com a representação e seus entornos permanece, e a artista materializa a pintura e pinta a matéria por meio de suportes diversos como minerais, reproduções de imagens clássicas em gesso, telas, sedas e mármores.

A artista traz ao público 29 obras, pinturas, instalações e esculturas, carregadas de símbolos da história da arte clássica, e nas quais divide seus questionamentos e reflexões em torno do pensamento hegemônico que pairava nos séculos anteriores. No início de sua trajetória, seu processo artístico trazia o uso da colagem como força-motriz e hoje carrega suas influências, assim como das artes cênicas. Não ao acaso, a exposição é organizada em dois atos e, aberta a múltiplas leituras, conta com olhares distintos e complementares em textos críticos assinados por quatro curadores: Carollina Lauriano, Guilherme Teixeira, Ode e Paulo Kassab Jr.

"Nós não somos assim tão fortes", 2021 l mármore, pedra e gesso l 35,5 x 30,5 x 94 cm
“Através do elo de gesso e mármore, estudos de equilíbrio de pedras e objetos e pintura, matérias profanas e outras com condigno brio representativo; bem como do mimetismo e do processo de tornar estático o movimento, Garcia objetiva demonstrar como a utilização negacionista de modelos taxonômicos como arquétipos, catálogos, listas e índices, simultaneamente à propriedades líquidas como astronomia, astrologia, sonhos e memória, podem se realizar de modo rítmico e, ainda assim, irônico”, reflete a escritora e curadora independente Ode em seu texto. 
 
Gabriella Garcia elabora um conjunto de pinturas e esculturas que lidam, a princípio, com a ideia da gestualidade e do fazer do objeto de arte. Para Carollina Lauriano, pesquisadora e curadora independente, a artista recorre ao que há de mais acadêmico e clássico na arte - seja em materialidade ou suporte - para justificar uma história oficial que já foi dada. “Ao observarmos a teatralidade empregada em seus trabalhos, começamos a perceber que ali todo gesto pode estar sendo encenado, e que as camadas podem esconder nuances que os olhos não veem. Assim como no ideal renascentista, a artista cria objetos que guardam ‘arrependimentos’ em si”, afirma Lauriano. Ideia complementada em trecho do texto assinado pelo curador Guilherme Teixeira: “Há aqui um lugar onde a imagem se permite falha, e é da sua insuficiência em relação a vontade da espécie que algo vaza”.
 
A partir de sua obra, Gabriella Garcia proclama que não existe uma única narrativa,  mas sim que a história da arte deve ser constantemente ressignificada. “Aberta a múltiplas releituras, a exposição nos permite libertar o espírito crítico à luz da imaginação e despertar para uma leitura de mundo multiforme”, finaliza Paulo Kassab Jr.

Confira abaixo os textos curatoriais da exposição "Esse sonho pode nunca acontecer".
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