Mulheres em Cena chega à 6ª edição
com sua diversidade de corpos
Mostra traz criações em dança, teatro e performance de artistas que refletem sobre gênero, relação vida-obra e linguagem de cena depoimento.
Vanessa Macedo abre e encerra a Mostra com a estreia de “La mariposa”. Foto Marcela Guimarães
Entre 8 e 19 de novembro, dois espaços importantes da cidade – Centro de Referência da Dança de São Paulo e Oficina Cultural Oswald de Andrade -, acolhem a 6ª edição do “Mulheres em Cena”, mostra idealizada pela coreógrafa Vanessa Macedo a partir do desejo de difundir ações protagonizadas por mulheres e promover o debate relacionado a gênero, performatividade e representações do feminino.
Esta edição, que reúne 20 núcleos artísticos com criações nas linguagens de dança, teatro e performance, traz como destaque a parceria com a ECA-USP, especialmente na realização do Fórum “Discutindo o autodepoimento na cena”, que abre a segunda semana de atividades. Todas as ações são gratuitas.
A abertura, dia 8/11, às 19h, no CRDSP, começa com a estreia do solo “La Mariposa”, criação de Vanessa Macedo, que traz arquétipos do feminino representados por sonhos e diálogos entre mãe e filha, conduzindo ao universo da magia, da contradição e das sombras como companheiras de viagens oníricas. Na sequência, o Grupo Vão dança “No Hay Banda é Tudo Playblack", onde as artistas, por meio do dispositivo de dublagem e uma playlist cuidadosamente selecionada, mobilizam sensações ambíguas de familiaridade e incômodo que provocam mudanças instantâneas no estado emocional.
As apresentações no CRD seguem até sábado, com uma mostra de trabalhos em processo de criação na quarta, 9/11, a partir das 15h, trazendo o humor de Ultra Martini em "Feiura Comovente", Ana Clara Poltronieri, com "Sorella - a ridícula ideia de nunca mais te ver”, Heloísa Sousa, em "Manual de Instruções para Tornar-se Mulher após o Divórcio", Menine Negre, com "Mapeamento y Transfigurações da Memória" e Flavia Bertinelli, em "Barbatanas".
De quinta-feira até sábado, sempre às 19h, se apresentam Claudia Palma, da InSaio Cia de Arte, em "Um outro corpo - desdobramentos”, que olha para o universo interno de gestos e movimentos capazes de acordar a memória de um corpo inserido em uma sociedade inquieta, violenta e depressiva, e Susana Gomes com o solo de dança-teatro "Do Congelar Ao Fluir - uma jornada rumo à resiliência", que propõe uma narrativa corporal, teatral e visual na abordagem de temas como abuso psicológico e a capacidade de superar efeitos nocivos (10/11); o núcleo Desabafo Coletivo Teatro com "A noiva", performance-palestra-ritual, que une fatos históricos e vivências pessoais para falar do ideal de feminilidade construído pela sociedade ocidental (sexta,11/11); e Bruna Betito com “Vaca”, que sonda o universo das amantes - essa figura transgressora e indissociável ao casamento - ao longo da história (sábado, 12/11).
Na segunda semana, Mulheres em Cena migra para a Oficina Cultural Oswald de Andrade, inaugurando a programação no espaço com o fórum “Discutindo o autodepoimento na cena” (14/11, das 15h às 18h), em parceria com a ECA-USP e coordenação da pesquisadora Helena Bastos. Com mediação de Vanessa Macedo e participação das artistas Gal Martins, Letícia Bassit, Janaina Leite, Morgana Manfrin de Oliveira e Rubi dos Santos, o Fórum tem como objetivo refletir sobre dramaturgias interessadas no uso de materiais autobiográficos e nas narrativas de si na cena, discutindo a dimensão política do autodepoimento e a perspectiva feminista dessas práticas. Inscrições devem ser feitas no por meio do link https://forms.gle/
Na terça (15/11), acontecem duas apresentações: no pátio externo (17h), "Eu em ti", da Cia Carne Agonizante, duo coreografado por Sandro Borelli, inspirado em poema de Adalgisa Nery, companheira de Ismael Nery, ícone da vanguarda brasileira, com foco na abstração do corpo erótico e santificado, despojado de vida e concebido em sua grandeza espiritual; e "Stabat Mater", peça da atriz e dramaturga Janaina Leite, que parte de um jogo de “dramatização” de memórias e sonhos e traz para a cena sua mãe real e um ator pornô, para pensar temas historicamente inconciliáveis, como maternidade e sexualidade, e investigar o tropo do corpo da mulher como receptáculo (reapresentação na quarta, 16/11, às 14h). "Converso com mães”, um convite para sentar-se na frente da atriz-performer Letícia Bassit e conversar (15h), e "Stanisloves-me", que celebra as grandes vozes femininas do teatro e a relação mãe e filha, com o humor, auto escárnio e os poderosos instrumentos físicos e metafísicos de Ultra Martini (às 20h), completam a programação de quarta.
Três espetáculos têm lugar na quinta-feira (17/11): "Pílulas ansiolíticas", da bailarina, coreógrafa e designer de moda Rubi dos Santos, que provoca a discussão sobre a emancipação e a equalização social do corpo preto (17h), a reapresentação de "Eu em ti", da Carne Agonizante (19h), e "Tudo que é imaginário, existe e é e tem", com Eliana de Santana, da Cia E², que traz para a cena a trajetória trágica, a força e a lucidez inconteste das palavras de Estamira, catadora de lixo no jardim Gramacho (RJ), apresentada no documentário de Marcos Prado, sobre essa personagem real.
Sexta-feira (18/11), rolam mais três apresentações consecutivas: às 18h, Rebeca Tadiello testa os limites em seu mover – esgotamento, auto exploração, fadiga, ansiedade, gêneros e delimitações –,com "Ensaios sobre um triz"; às 19h, a Cia Fragmento interpreta "Dança para Camille", inspirada na vida e obra da escultora Camille Claudel; e às 20h, fRuTaS&tRaNs-GRESSÃO, performance com dramaturgia e trilha sonora de Morgana Olívia Manfrin e Coletiva Profanas, que traz Tangerine, personagem não mulher, não homem, que canta e dança mágoas desafinadas em seu talk show solitário, cujas memórias mesclam identidade de gênero e subversão dos sentidos, rogando por existir, mesmo que morta.
O encerramento no sábado (19/11) conta com o espetáculo "O que eu costumo engolir", da Zona Agbara (potência em yorubá), grupo que pauta a visibilidade e valorização da produção artística de mulheres pretas e gordas utilizando a criação em dança como principal ferramenta de transgressão e afirmação estética e social (17h), seguida da reapresentação do novo solo de Vanessa Macedo (Cia Fragmento de Dança), "La Mariposa", às 18h.
Mulheres em Cena
Concebido em 2018, como uma produção independente da Cia Fragmento de Dança, Mulheres em Cena entende prática artística como gesto político. Um dos seus enfoques é pensar arte-vida-criação-corpo-
Tanto a estreia de “La Mariposa”, como o Fórum “Discutindo o autodepoimento na cena”, inseridos na Mostra, integram projeto da Cia Fragmento de Dança, financiado pelo Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo.
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Fotografias
Créditos fotos
fotógrafos(as)
Marcela Guimarães, Foto Mayra Azzi,
- foto Hamilton Ramos, Foto Flaviana Benjamin
1-la Mariposa-Vanessa Macedo-Foto Marcela Guimarães 4
2-No hay banda-Grupo Vão-Foto Mayra Azzi
4-Do congelar ao fluir-Suzana Gomes
5-A Noiva-Desabafo Coletivo 5
6-Vaca_ Bruna Betito 2
7-Eu em Ti -Cia Carne Agonizante 2
8-Stabat Mater - Janaina Leite - foto de André Cherri (1)
9-stanislovesme-Ultra Martini 2
10-Tudo que é imaginário-Eliana de Santana
11-Ensaios sobre um Triz-Rebeca Tadiello
12-Dança para Camille-Fragmento de Dança-Foto Flaviana Benjamin
Créditos fotos
fotógrafos(as)
Marcela Guimarães, Foto Mayra Azzi,
- foto Hamilton Ramos, Foto Flaviana Benjamin
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Serviço
6º Mulheres em Cena – dança, teatro, performance e Forum de discussões
De 8 a 19/11
Centro de Referência da Dança – CRDSP | Vale do Anhangabaú
Galeria Formosa / Baixos Viaduto do Chá – ao lado do Theatro Municipal
Acessibilidade: não
Oficina Cultural Oswald Andrade
Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro
Acessibilidade: não
Programação
https://www.
https://www.instagram.com/
*Centro de Referência da Dança - CRDSP
8/11 (terça-feira), 19h
Vanessa Macedo (Cia Fragmento de Dança) – "La Mariposa"
Grupo Vão – "No Hay Banda é Tudo Playblack"
9/11 (quarta-feira), 15h – Mostra de trabalhos em processo
Ultra Martini – "Feiura Comovente"
Ana Clara Poltronieri – "Sorella - a ridícula ideia de nunca mais te ver"
Heloísa Sousa – "Manual de Instruções para Tornar-se Mulher após o Divórcio”
Menine Negre – "Mapeamento y Transfigurações da Memória"
Flavia Bertinelli – "Barbatanas"
10/11 (quinta-feira), 19h
Claudia Palma (In Saio Cia de Arte) – "Um outro corpo - desdobramentos“
Suzana Gomes – "Do Congelar Ao Fluir - uma jornada rumo à resiliência"
11/11 (sexta-feira), 19h
Desabafo Coletivo Teatro – "A noiva"
12/11 (sábado), 19h
Bruna Betito – "Vaca"
*Oficina Cultural Oswald de Andrade
14/11 (segunda-feira)
15h às 18h – Fórum “Discutindo o autodepoimento na cena”
Com: Gal Martins, Letícia Bassit, Janaina Leite, Morgana Manfrin de Oliveira e Rubi dos Santos – Mediação: Vanessa Macedo
Inscrições: https://forms.gle/
20h – Daniel Calvet (Ateliê do Gesto) – "Dança Inacabada"
15/11 (terça-feira)
17h – Carne Agonizante – "Eu em ti"
18h – Janaina Leite – "Stabat Mater"
16/11 (quarta-feira)
14h – Janaina Leite – "Stabat Mater"
15h – Leticia Bassit – "Converso com mães"
20h – Ultra Martini – "Stanisloves-me"
17/11 (quinta-feira)
17h – Rubi dos Santos – "Pílulas ansiolíticas"
19h – Carne Agonizante – "Eu em ti"
20h – Eliana de Santana (Cia E2) – "Tudo que é imaginário, existe e é e tem"
18/11 (sexta-feira)
18h – Rebeca Tadiello – "Ensaios sobre um triz"
19h – Cia Fragmento – "Dança para Camille"
20h – Coletiva Profanas e Morgana Olivia Manfrin – "fRuTaS&tRaNs-GRESSÃO "
19/11 (sábado)
17h – Zona Agbara – "O que eu costumo engolir"
18h – Vanessa Macedo (Cia Fragmento de Dança) – "La Mariposa"
https://www.
https://www.instagram.com/
Informações adicionais
Elaine Calux – assessoria de imprensa
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