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ClimaInfo, 19 de julho de 2023.



  

Uma leitura diária dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas
19 de julho de 2023


Calor intenso preocupa autoridades no Hemisfério Norte
O calor intenso registrado em diversos pontos no Hemisfério Norte nos últimos dias pode causar uma crise de saúde pública, com risco de mortes em decorrência de problemas cardiorrespiratórios. O problema se agrava pela persistência das altas temperaturas, que devem se manter nas próximas semanas em áreas da Europa Mediterrânea, América do Norte, Oriente Médio e Ásia Central.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (WMO), o calor intenso e prolongado, que não diminui significativamente no período noturno, é particularmente perigoso à saúde humana. Com temperaturas mínimas mais altas do que o normal, o corpo não consegue se recuperar plenamente no período de descanso noturno, o que pode resultar em um aumento de casos de ataques cardíacos e morte.
“Precisamos que o mundo amplie sua atenção para além da temperatura máxima. Em muitos locais onde a máxima está chegando a 40oC ou mais, a temperatura ainda pode estar perto de 40oC à meia-noite. Nessas circunstâncias, a temperatura mínima é mais importante para a saúde e para a falha da infraestrutura crítica durante ondas de calor extremo”, alertou John Nairn, consultor de calor extremo da WMO.
A Bloomberg destacou a formação de quatro “domos de calor” - áreas de alta pressão que comprimem o ar no solo e aquecem a coluna de ar, intensificando o calor. Elas estão estacionadas no sudoeste dos Estados Unidos e norte do México; na bacia do Mediterrâneo; entre a Ásia Central e o subcontinente indiano; e no Atlântico central.
O fato do calor intenso estar acontecendo em áreas onde ele não é comum também prejudica a condição das populações locais de suportar o clima extremo. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, as construções costumam ser feitas tendo em vista o clima mais frio do inverno, com materiais que conservam o calor. Com o clima mais quente, essas construções se tornam “estufas”, já que a dissipação é menor. Isso é mais um exemplo da necessidade dos governos pensarem em adaptação urgentemente.
“O clima extremo, uma ocorrência cada vez mais frequente em nosso clima em aquecimento, está tendo um grande impacto na saúde humana, ecossistemas, economias, agricultura, energia e abastecimento de água”, disse o secretário-geral da WMO, Petteri Taalas. “Temos que intensificar os esforços para ajudar a sociedade a se adaptar ao que infelizmente está se tornando o novo normal”.
BBC e Reuters abordaram o alerta da WMO sobre os efeitos do calor intenso sobre a saúde humana.

Incêndios no Canadá voltam a espalhar fumaça nos EUA, que sofre com calor recorde
“Brutal”. É assim que o Washington Post destacou a onda de calor que assola boa parte do sudoeste dos Estados Unidos e norte do México, que se aproxima rapidamente dos recordes históricos de temperatura alta. Alertas de calor excessivo já cobrem 16 estados norte-americanos, onde vivem 76 milhões de pessoas, com avisos de que “o calor e a umidade extremos aumentarão significativamente o potencial de doenças relacionadas ao calor”.
Na capital do Arizona, Phoenix, a última 2ª feira (17/7) foi o 18º dia consecutivo com temperaturas iguais ou superiores a 43oC, batendo um recorde que persistia desde 1974, noticiou a ABC News. No aeroporto da cidade, o calor foi ainda mais intenso, de 46,6oC, empatando com a temperatura mais alta já registrada no estado, em 2005.
A expectativa é de que novos recordes sejam batidos nas próximas semanas, já que o calor não dá qualquer sinal de esmorecimento. As autoridades do Arizona estimam que a demanda por serviços de saúde aumente significativamente, talvez a patamares do pior momento da pandemia de COVID-19, em 2021. “O calor está cobrando um grande preço. Nosso hospital não estava tão ocupado com excesso de pacientes desde a pandemia”, disse à CNN o médico de emergência Frank LoVecchio.
Para piorar, além do calor intenso, boa parte dos EUA também voltou a sofrer com a fumaça dos incêndios florestais no Canadá. A pluma de fuligem deve se espalhar por uma área que vai desde o nordeste dos EUA até o sul, no estado do Alabama. Os índices de qualidade do ar já indicavam uma piora na 2ª feira em cidades como Cleveland, Louisville e Pittsburgh.
Como destacou a CNN, o Canadá experimenta aquela que pode ser sua pior temporada de incêndios florestais da história - e ela sequer chegou à metade de sua duração. Até agora, o fogo queimou uma área de 24 milhões de acres (cerca de 97,1 mil km2), mas esse número deve crescer, com quase 900 focos de incêndio ativos no território canadense, especialmente no oeste do país. BBC, Guardian e NY Times também repercutiram a volta da fumaça dos incêndios no Canadá aos céus dos EUA.

Os impactos econômicos do calor extremo na Europa e ao redor do mundo
O clima mais quente e os dias mais longos sempre foram atrativos para os turistas que vão à Europa, que costumam andar horas a fio por pontos turísticos em cidades como Atenas, Madri, Paris e Roma. O verão 2023 acendeu um alerta para a indústria turística: o calor excessivo pode espantar os visitantes.
A Reuters destacou dados da European Travel Commission (ETC) que já indicam um impacto imediato nas expectativas de recepção de turistas nos países europeus: o número de pessoas esperadas para visitar a região do Mediterrâneo de junho a novembro caiu 10% em relação ao ano passado. Por outro lado, destinos ao norte, com o clima mais ameno (ao menos por ora), podem ter maior procura, como Bulgária, Dinamarca e Irlanda.
O impacto do calor extremo no turismo é apenas uma parte do prejuízo econômico imposto pelo clima descontrolado. O NY Times assinalou que pesquisas científicas já demonstraram que os efeitos da temperatura mais alta sobre a economia abrangem a redução da produtividade dos trabalhadores, perdas na colheita agrícola, aumentos nas taxas de mortalidade e disrupção do comércio internacional. Soma-se ainda a necessidade de investimentos em infraestrutura e adaptação climática, que aumentam a pressão fiscal sobre os governos.
De imediato, o impacto mais visível da onda de calor que assola a Europa pode ser observado em dois ambientes: as florestas e os hospitais. No primeiro, o calor intenso, o ar seco e os ventos fortes alimentam focos de fogo na região de Atenas, na Grécia. Os incêndios seguem sem controle no território grego, forçando a evacuação de milhares de pessoas e o fechamento de uma rodovia de acesso à capital para proteção de uma refinaria de petróleo. Associated Press, Bloomberg e Reuters deram mais informações.
Já no segundo, o Guardian destacou o aumento acentuado no número de internações nos últimos dias em decorrência de problemas de saúde relacionados ao calor. Alguns hospitais relataram um aumento de até 25% nas chegadas às unidades de emergência com problemas de desidratação e outras doenças decorrentes da superexposição ao calor. Em Roma, os termômetros atingiram 41,8oC nesta 3ª feira (18/7), a maior marca já registrada na capital italiana.
As autoridades do país colocaram 23 cidades - entre elas, Roma, Florença, Palermo e Turim - sob alerta vermelho de ameaça à saúde pública e pediram aos governos regionais que estabeleçam um protocolo para priorizar o atendimento de pessoas com problemas relacionados ao calor, além de fazer acompanhamento preventivo nas residências.

China se prepara para o tufão Talim, enquanto Índia e Coreia buscam por desaparecidos em enchentes
Não bastasse as tempestades torrenciais que vêm atingindo a Ásia, com as monções de verão agravadas pela crise climática e pelo El Niño, chegou a vez dos tufões. Na China, o tufão Talim atingiu províncias do sul do país na 3ª feira (18/7), derrubando árvores e placas antes de perder força.
Talim pousou na cidade costeira de Beihai, na província de Guangxi, no final da madrugada, com ventos de 90 km/h, informa a AP. Árvores caíram sobre veículos em movimento e uma baleia foi levada à praia. Nas mídias sociais chinesas, vídeos mostraram pedestres caindo e lutando contra o vento, estradas inundadas e curiosos se reunindo em torno da baleia encalhada no escuro, segundo a Reuters. O tufão deslocou 230.000 pessoas, completa a BBC.
Na Índia, o rio Yamuna, que já inundou a capital, Nova Deli, cobriu as paredes do icônico Taj Mahal, em Agra, no estado de Uttar Pradesh, causando preocupação com os danos ao monumento. O nível do Yamuna aumentou nos últimos dias após fortes chuvas no norte indiano. O curso d’água recebeu 108% de sua precipitação normal desde o início da temporada de monções, de acordo com a Reuters.
No estado indiano de Assam, enchentes repentinas mataram pelo menos oito pessoas e deslocaram mais de 115 mil, depois que o rio Brahmaputra transbordou, relata a Reuters. A água engolfou quase 450 aldeias em 17 distritos no estado montanhoso no nordeste da Índia, inundando também grandes áreas de santuários de vida selvagem.
Já na Coreia do Sul, equipes de resgate procuravam por nove pessoas desaparecidas em deslizamentos de terra e outros incidentes causados ​​por mais de uma semana de chuvas torrenciais no país, segundo a AP. As tempestades deixaram 41 mortos e 35 feridos, forçaram a evacuação de quase 13.000 pessoas e deixaram cerca de 28.600 residências sem energia elétrica, relatam Reuters e Washington Post.
A devastação levou o presidente do país, Yoon Suk Yeol, a alertar que a crise climática tornou o clima extremo um fato da vida, segundo o Guardian. “Esse tipo de evento climático extremo se tornará comum… devemos aceitar que a mudança climática está acontecendo e lidar com ela”, disse Yoon, enquanto se preparava para visitar a província de Gyeongsang do Norte, atingida pelas enchentes.
Em tempo: Duas das maiores metrópoles asiáticas sofrem com o calor extremo. Em Pequim, na China, a 3ª feira (18) marcou o 27º dia consecutivo com temperatura máxima acima do normal, um recorde histórico. Os termômetros chegaram a registrar 35,1oC na capital chinesa, de acordo com a Reuters. Já em Tóquio, as máximas atingiram 36,2oC um dia antes, segundo a Bloomberg, cerca de 7 graus centígrados acima da média da temporada. Em Kiryu, ao norte da capital japonesa, os termômetros chegaram a 39,7oC no fim de semana.

Não há prazo para responder novo pedido para poço de petróleo na foz do Amazonas, reforça IBAMA
A Petrobras e o Ministério de Minas e Energia (MME) continuam com esperanças de perfurar um poço de petróleo no bloco FZA-M-59, na foz do Amazonas, após o novo pedido feito pela petroleira ao IBAMA. Entretanto, o presidente do órgão ambiental, Rodrigo Agostinho, reiterou que não há prazo para resposta. Afinal, o licenciamento ambiental segue trâmites determinados legalmente que precisam ser seguidos.
Em entrevista à Bloomberg, Agostinho reforçou que o governo deveria ter realizado estudos mais robustos antes de conceder à Petrobras – e também a outras petroleiras – os direitos de exploração de uma região ecologicamente sensível em alto mar como a foz. Ainda mais porque a estatal brasileira incluiu a área em seu plano de negócios, bem como outras bacias da Margem Equatorial tão sensíveis ambientalmente quanto a foz do Amazonas, como Barreirinhas e Pará-Maranhão.
“O que está em discussão é toda a exploração de petróleo em uma região pouco conhecida. Não é um único poço. É isso que estamos gritando em voz alta”, explica Agostinho. Ele sinaliza que o MME pode ter que fazer estudos de impacto ambiental mais detalhados – a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) – antes que as petroleiras possam perfurar poços nesta região. Preparando o plano de negócios para o período entre 2024 e 2028, a Petrobras mantém no radar perfurar na foz e em outras bacias da Margem Equatorial. Em entrevista à Reuters, o presidente da petroleira, Jean Paul Prates, disse que é questão de tempo a estatal ser autorizada a perfurar o poço no FZA-M-59.
"Achamos que mais cedo ou mais tarde teremos a licença. Não vamos desistir de uma nova fronteira a menos que recebamos um 'não' definitivo", afirmou. Só não ficou claro se Prates vai considerar a negativa definitiva do ponto de vista técnico, ou se poderá insistir em tentar derrubá-la com apelo político. 
Aliás, mesmo politicamente, a negativa do IBAMA de licença para o poço de petróleo na foz do Amazonas dá ao governo Lula a grande oportunidade de iniciar políticas públicas massivas de enfrentamento às mudanças do clima, apontam Ilan Zugman e Carlos Tautz, em artigo no GGN.
“A tarefa histórica que compete e foi assumida pelo atual governo passa por garantir emprego e renda à população que vive nos estados amazônicos. Mas, para ser consequente com o compromisso assumido na COP27, este governo tampouco poderá fazê-lo considerando somente a replicação acelerada do capital ultraconcentrado em poucas empresas. Deve olhar e escutar, também e prioritariamente, como aliás determinam a legislação nacional e acordos internacionais assinados e ratificados pelo Brasil, a enorme população que há muito habita e contribui decisivamente para construir a região Amazônica na forma como a conhecemos.”
Em tempo: Após anunciar o aumento dos investimentos em petróleo e gás fóssil, a Shell agora busca opções para suas operações globais de energia renovável, o que inclui uma possível venda de participação a investidores externos, disseram fontes à Bloomberg. Entre as possibilidades em análise pela petroleira está a separação do negócio de renováveis em uma unidade mais independente. A companhia já abordou vários investidores internacionais para aferir o interesse na compra de uma participação. E o mais incrível é que, mesmo com mais fósseis e menos renováveis no portfólio, a petroleira até o momento não mexeu uma vírgula nos compromissos de net zero assumidos antes dessas decisões. Milagre ou cinismo?

Lembrando a lei, indígenas exigem ser consultados sobre projeto da Ferrogrão
Povos Indígenas e Tradicionais da Bacia do Xingu, articulados na Rede Xingu+, apresentaram a diversos órgãos governamentais uma análise em que apontam a necessidade de revisar o projeto de concessão da Ferrogrão. A polêmica ferrovia, que virou a “menina dos olhos” de alguns setores do governo, afeta diretamente essas populações e vai em direção contrária ao compromisso do país para zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, alertam.
O documento parte dos estudos da Ferrogrão entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU) em 2021 e sugere a adequação da concessão às novas diretrizes do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e às premissas de participação social e visão territorial estabelecidas no Plano Plurianual 2024-2027, em elaboração. Com isso, destaca o ISA, a Rede Xingu+ oferece subsídios técnicos à determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, que autorizou a retomada dos estudos do projeto, para que sejam atendidas as condicionantes socioambientais em tomadas de decisão relativas à ferrovia.
Entre as condicionantes socioambientais a serem consideradas, a Rede Xingu lista a realização de consulta livre, prévia e informada aos Povos e comunidades potencialmente afetados pelas obras. No parecer, os indígenas mostram que a consulta é uma obrigação assumida pelo Estado brasileiro por meio da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e um direito dos Povos e Comunidades Indígenas e Tradicionais, relata o Estadão.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse acreditar no avanço do projeto da ferrovia, que ligará Sinop, no norte de Mato Grosso (MT), a Itaituba, no Pará (PA). Para o ministro, o impasse sobre a construção da Ferrogrão pode ser resolvido no Congresso com o devido debate, relata o Poder 360. O mesmo Congresso que votou o marco temporal em regime de urgência, atropelando comissões e os Direitos dos Povos Indígenas?
O custo inicial da Ferrogrão foi estimado em R$ 8 bilhões. Hoje, já se fala em R$ 21 bilhões, mas esse valor pode chegar a R$ 34 bilhões. Por isso, o economista e presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, Cláudio Frischtak, afirma que o projeto apresenta diversas inconsistências e não trará os benefícios socioeconômicos que promete. Para ele, o projeto de engenharia apresentado é muito preliminar e não passa confiança a investidores, informa o Poder 360.

Chineses anunciam investimentos na eletrificação da frota brasileira
As chinesas BYD e Great Wall Motors anunciaram investimentos bilionários em fábricas de veículos elétricos no Brasil, na Bahia e em São Paulo, respectivamente. A promessa, lembra o g1, é que essas unidades exportem o “trânsito silencioso” promovido pelos carros a eletricidade – que não emitem ruídos, ao contrário de seus similares a combustão – para todo o mundo. Mas as perspectivas para a eletrificação da frota brasileira não param aí.
O BNDES vai disponibilizar R$ 200 milhões para infraestrutura e mobilidade sustentável por meio do programa Rota 2030, criado pelo governo federal em 2018 para apoiar o desenvolvimento tecnológico, a competividade, a inovação, a eficiência energética e a qualidade de automóveis. Os recursos, não reembolsáveis, deverão ser destinados a investimentos na produção de carros híbridos, ônibus elétricos e produtos relacionados, informa a Folha.
O banco defende a desoneração da produção de veículos a eletricidade no país. E também avalia criar uma linha de crédito para empresas que produzam ou tenham interesse em produzir ônibus elétricos no Brasil.
A medida pode beneficiar a fabricante chinesa de ônibus, caminhões e vans elétricas Higer. A companhia comunicou ao governo Lula a intenção de construir uma segunda fábrica no Brasil, no Centro-Oeste, segundo o Valor. A primeira linha de montagem está sendo construída no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará, com início de produção previsto para 2025. Além de ônibus e caminhões elétricos, serão feitas versões a diesel para exportação, detalha a Folha.
Quem vai ganhar com a eletrificação da frota brasileira de veículos é a energia solar. Somada ao início da produção de hidrogênio verde em larga escala, deve movimentar o mercado nacional da fonte solar em cerca de R$ 2,2 trilhões até 2050. O cálculo é do Portal Solar, informa o Valor.
“Em razão de exigências ambientais, custos de investimentos e possibilidade de geração elétrica próxima ou junto ao local de consumo, a energia solar fotovoltaica se posiciona como a tecnologia mais viável para atender esse crescimento de demanda”, diz o CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer.
Em tempo 1: Um ponto preocupante para a expansão dos veículos elétricos é o lítio. Para Jennifer Harris, que foi assistente especial da presidência dos EUA e diretora sênior de economia internacional de 2021 a 2023, alcançar a transição energética exigirá muito mais lítio e outros minerais até 2030 do que o mundo está preparado para produzir. Contudo, Harris frisa, em artigo na Folha, que “o aumento responsável da produção global é fundamental” – não esqueçamos as denúncias de que a busca da China por minerais essenciais para transição energética alimenta violações de Direitos Humanos. “Este não é um problema que qualquer país possa resolver sozinho. A magnitude da oferta necessária para evitar déficits iminentes é maior do que qualquer país poderia produzir sozinho. Os EUA e seus parceiros podem e devem cooperar para aumentar a produção no exterior. Tampouco é um problema que o mercado possa administrar sozinho”, destaca Harris.
Em tempo 2: A energia solar fotovoltaica ultrapassou 32 GW de potência instalada no Brasil, somando as usinas de grande porte e sistemas de geração distribuída. O total equivale a 14,7% da matriz elétrica do país, informou a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). De acordo com a ABSOLAR, desde 2012 a fonte gerou R$ 155,2 bilhões em novos investimentos no Brasil, mais de R$ 45,1 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e mais de 960 mil empregos acumulados. E também evitou a emissão de 40,6 milhões de toneladas de CO2 pela geração elétrica no país, detalha a CNN.

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