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CLUB ATHLETICO PAULISTANO - HISTÓRIA




Club Athletico Paulistano - Site Oficial

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História

O início
“Realiza-se hoje, às 7 horas da tarde, no salão da Rotisserie Sportsman, uma reunião de distintos moços de nossa sociedade, com o fim de tratar da fundação de um Club Athletico.” A frase foi publicada pelo Correio Paulistano, em 30 de novembro de 1900.
Dois dias depois, o mesmo jornal noticiou o resultado do encontro. “Em numerosa e seleta reunião realizada anteontem no salão da Rotisserie Sportsman, ficou definitivamente instalada a nova associação e eleita a sua diretoria.”
O CAP foi criado por paulistanos que queriam um clube que incentivasse a prática de esportes e que pudesse ser frequentado por suas famílias. Na virada para o século XX, as agremiações da cidade eram redutos quase que exclusivos de imigrantes e seus filhos.
O recém-fundado Paulistano precisava de uma sede esportiva e encontrou o espaço perfeito: o Velódromo. Antônio Prado Júnior estava entre os líderes do grupo e conversou com sua avó, dona Veridiana Prado, proprietária do local.
O aluguel foi acertado em 250 mil réis mensais e o CAP ganhou sua primeira sede. O gramado foi posicionado no centro da pista de ciclismo.
O renascimento
Após anos de crescimento, o Paulistano sofreu um duro golpe em 1915, quando ficou muito perto de fechar as portas. A Prefeitura avisou que o Velódromo seria demolido para que a rua Nestor Pestana fosse aberta. O que se seguiu foi praticamente um abandono.
No final de 1915, o Clube contava com apenas 30 sócios. O espírito do Clube, porém, não morreu. Liderado porAntônio Prado Júnior, João de Barros, Fernão Salles, Martinho Prado e Carlito Aranha, o Paulistano seguiu vivo.
O campo do Parque Antártica foi alugado, já que o time de futebol ainda era um dos melhores do Estado. O grupo buscava um novo terreno, e encontrou um bom espaço em um bairro que ainda estava surgindo: o Jardim América.
Na realidade, a área era composta por um solo que lembrava um pântano e muito precisava ser feito. Em meio a negociações, comprou-se o terreno e as obras, que demoraram cerca de um ano e meio, começaram em 1916.
Aos poucos, os sócios voltaram. Em dezembro de 1916 eram 104. Um ano depois totalizavam 706. A data oficial do renascimento do Paulistano é 29/12/1917, quando a nova sede foi formalmente inaugurada.
Na ocasião, muitas personalidades compareceram, como o então prefeito e futuro presidente Washington Luís, o presidente do Estado, Altino Arantes, que enalteceu os esforços da Diretoria em discurso, e o poeta Olavo Bilac, responsável por hastear a bandeira do Clube.
Além da casa que servia como sede social, o Clube fundado na segunda década do século XX possuía o campo de futebol e suas arquibancadas e quatro quadras de tênis.
Glórias no futebol
É impossível falar da história do Paulistano sem lembrar o futebol. Durante seus 30 primeiros anos, o CAP manteve um time que esteve sempre entre os melhores do Estado.
O Clube foi um dos protagonistas da primeira edição do Campeonato Paulista, quando perdeu o título para o São Paulo Athletic Club de Charles Miller, introdutor do futebol no Brasil, apenas no jogo de desempate. As duas temporadas seguintes tiveram exatamente o mesmo desfecho.
Em 1905, porém, o primeiro importante troféu foi levantado com a conquista do Estadual. As arquibancadas, primeiro no Velódromo, depois no Jardim América, estiveram sempre cheias. Muitos foram os gols, os craques, os triunfos.
Quando, no final de 1929, a Diretoria do Clube resolveu acabar com o time por discordar da era do profissionalismo no futebol, o CAP já havia conquistado 11 títulos paulistas, feito superado apenas pelos quatro grandes até hoje. O tetracampeonato estadual de 1916 a 1919 jamais foi igualado.
Apesar de tantos títulos, muitos consideram a maior glória do Paulistano no futebol um feito que nada teve a ver com campeonatos. É difícil ter a exata noção do que foi a excursão do Paulistano pela Europa em 1925.
Atualmente, com meios de transporte cada vez mais sofisticados e velozes, equipes de diferentes países atuam nos quatro cantos do planeta sem alarde. Porém, há 85 anos, quando o CAP embarcou no navio Zeelândia rumo à fria Europa, na primeira viagem oficial de um clube brasileiro ao continente, levou com ele um país. Estava em jogo muito mais do que futebol.
Friedenreich e companhia tiveram desempenho espantoso. Após dez jogos disputados, voltaram com nove vitórias, 30 gols, oito sofridos e um apelido, criado pela imprensa francesa: os reis do futebol. Quando os atletas do Paulistano chegaram ao Brasil, foram aclamados como verdadeiros campeões mundiais.
“Senhoras e crianças atiravam flores das sacadas, enquanto populares, dominados pelo entusiasmo, jogavam ao ar os chapéus e as bengalas”, descreveu o São Paulo Sportivo sobre a passagem da delegação pelo Rio de Janeiro, capital federal na época, onde foram recebidos pelo presidente Arthur Bernardes.
Em São Paulo, a Estação da Luz foi tomada pelo povo, que carregou os jogadores até a sede do Clube.
Mais espaços para esportes
Em 3 de junho de 1923, os associados e atletas ganharam um grande presente, com a inauguração oficial de novos locais para a prática de esportes. Na época, a imprensa afirmou que não havia instalações similares na América do Sul.
Surgiram uma nova quadra de tênis, o frontão para a pelota basca e a primeira quadra coberta, transformada em ginásio em 1931. A pista de atletismo também sofreu alterações. O traçado chegou a 350 metros e a grama do piso foi substituída por carvão, material mais moderno na época.
No espaço de 16 mil metros quadrados que havia sido adquirido e somado ao terreno original, também foi deixado o vazio para a construção da primeira piscina. Como curiosidade, pode-se ressaltar que o frontão é a área do CAP há mais tempo funcionando no mesmo local.
Após o encerramento do time de futebol, ao final de 1929, houve nova reformulação. No espaço antes utilizado pelo campo, construíram-se oito quadras de tênis. As novas instalações foram fundamentais para que o Paulistano honrasse o “Athletico” de seu nome.
O incentivo ao esporte sempre foi muito além do futebol. Durante esses 110 anos, milhares foram as participações de atletas do Clube em dezenas de modalidades. Quantos foram os tenistas que passaram pelo saibro do CAP, um dos responsáveis pela difusão do esporte de raquetes no País?
No atletismo, esportistas que vestiram o uniforme alvirrubro alcançaram marcas históricas. A natação, que trouxe tantas glórias, enche as piscinas sistematicamente até hoje.
O basquete esteve entre os melhores da nação em uma época em que o Brasil estava entre os melhores do mundo. E como não citar o vôlei, em que equipes do Paulistano detêm recordes em número de títulos depois de 30 anos?
A tradição do vitorioso polo aquático do CAP apaixona geração após geração. O remo possui uma história de soberania espantosa. Os sucessores de Vallim ainda são os maiores na arte da esgrima.
E o que dizer do incentivo a esportes como badminton, pelota basca e deck-tennis? É provável que nenhum outro clube ofereça as três modalidades. Antônio Prado Júnior ficaria orgulhoso.
A primeira piscina
O Paulistano viveu um de seus dias mais alegres em 3 de outubro de 1926. Naquele domingo ensolarado, o sonho de ter a piscina se realizou. Na inauguração, entre os ilustres, estavam o presidente do Estado de São Paulo, Carlos de Campos, e o então recém-eleito presidente da República, Washington Luís, que chegou a derramar champanhe na piscina, devidamente “batizada”.
A piscina do Paulistano, localizada entre a pista de atletismo e a rua Argentina, era única no País, por seu porte e instalações. Tinha 18 m x 30 m e, abaixo dos trampolins, chegava a ter 3,45 m de profundidade.
Sucesso entre os mais jovens, os trampolins eram quatro, para todos os gostos: rente à borda da piscina, a 1,28 m, a 2,86 m e o mais alto, uma plataforma de concreto, a 5,32 m. Para melhor adequar a novidade aos costumes da época, havia horários diferentes para homens e para mulheres frequentarem o local.
A piscina, que serviu tanto para a prática de natação e polo aquático, como para recreação, tinha ainda uma área rasa, destinada às crianças. O espaço, com arquitetura em estilo barroco, contava com bar e cabines para homens e mulheres.
Após receber competições nacionais e internacionais e ser palco de grandes conquistas do Paulistano, a piscina deixou de existir em 1972, quando a atual, olímpica, já estava pronta.
Nova sede
Em 1950, realizou-se a cerimônia do lançamento da pedra fundamental do novo prédio social. O então presidente Antônio Prado Júnior comandou as festividades, conferidas de perto por nomes do passado como, Friedenreich,Ibanez Sales e Rubião, e convidados de fora, como presidentes de outras agremiações e até o fenomenal Adhemar Ferreira da Silva.
A verdade é que a sede fundada em 1917 não era mais compatível com o tamanho que o Paulistano alcançara. O Clube precisava de uma nova casa e o moderno projeto assinado pelo renomado Gregori Warchavchik foi escolhido para tal.
Outra parte importante do projeto era a piscina social, de formato irregular, diferente do normal. Os sócios, porém, demoraram para poder desfrutar os espaços. A nova sede só foi inaugurada no baile de 29 de dezembro de 1957.
Todos os presentes, porém, garantem: valeu a pena a espera. Além da grandiosidade e beleza das novidades, a festa está entre as mais inesquecíveis já realizadas no CAP.
O premiado ginásio
Pouco depois da inauguração da nova sede, a Diretoria decidiu que deveria dar andamento à segunda etapa da modernização do Paulistano: chegara o momento de um novo ginásio.
A importância da obra era tanta que um concurso foi aberto ao público. O projeto dos então jovens arquitetos Paulo Mendes da Rocha e João Eduardo de Gennaro foi o escolhido.
A inauguração oficial do moderno ginásio aconteceu em 26 de outubro de 1961, sob o comando do presidente do CAP, Hermann de Moraes Barros. Até hoje, o ginásio, vencedor do Grande Prêmio Presidência da República na Exposição Internacional de Arquitetura na VI Bienal de São Paulo, é reverenciado por amantes da área.
Como homenagem ao grande incentivador do Clube em suas primeiras cinco décadas, o espaço recebeu o nome de Antônio Prado Júnior, falecido em 1955 e presente em incontáveis capítulos desta história.
A reformulação dos anos 1970
O constante desenvolvimento do Paulistano resultou em falta de espaços. Um número cada vez maior de sócios e de atividades forçava a construção de novas instalações.
No final da década de 1960, porém, não havia mais local para o crescimento horizontal e a solução encontrada foi o prédio novo. Na mesma época, a Diretoria decidiu ainda que era hora de o Paulistano ter uma piscina olímpica. Novas obras começaram.
O prédio novo foi inaugurado por etapas. Quando um patamar ficava totalmente concluído, passava a ser utilizado. O auditório foi a última área a ficar pronta. O local das grandes apresentações do Clube foi entregue ao público em 9 de outubro de 1975.
Quem chegou ao CAP nas últimas décadas pode ter dificuldade em imaginar como o Clube funcionava sem o edifício, tamanha é a quantidade de serviços oferecidos no local.
Finalizou-se a piscina olímpica bem antes, ainda em 1972. Os nadadores e jogadores de polo adoraram especialmente uma novidade: o aquecimento da água.
Reforma da piscina
Após mais de 50 anos em funcionamento, a piscina social, xodó de grande parte dos associados, precisou de reforma. Em março de 2008, foi fechada para o início das obras.
Na reabertura, em dezembro do mesmo ano, a expectativa lembrava a inauguração, em 1926. Muito foi alterado para que a piscina social alcançasse o nível que merecia. Realizaram-se as substituições de revestimentos e uma rampa de acessibilidade foi construída.
A iluminação subaquática também foi trocada por um moderno sistema que utiliza lâmpadas de LED, mais seguras e econômicas. Muitas outras modificações importantes ocorreram em locais longe do alcance dos frequentadores.
Por exemplo, a tubulação antiga, de ferro, deu lugar a uma nova, de material resistente e anticorrosivo. Tudo para ter uma piscina de qualidade, mas que não se afastasse da ideia original.
Garagem
A última grande novidade do Paulistano apareceu ainda no fim do século passado. A garagem começou a ser construída em abril de 1999 e foi inaugurada em 26 de agosto de 2000.
Nos tempos modernos, o espaço era necessário, já que encontrar uma vaga nos arredores do Clube poderia demorar mais que o tempo destinado à ginástica. As 718 vagas na garagem trouxeram o conforto e a segurança necessários para os associados. 
Preservação de nossa história
Muitos sócios desconhecem, mas há um espaço, dentro do Clube, dedicado integralmente à preservação da história do Paulistano. Localizado no 3º andar do prédio novo, o Centro Pró-Memória mantém um acervo repleto de documentos, fotos, troféus e objetos que ajudam a manter vivos os 110 anos de existência do CAP.
O local, que aceita e necessita de doações e empréstimos de materiais ligados ao Paulistano, pode ser visitado e também está disponível para quem deseja realizar pesquisas, sem a necessidade de agendamento. O Centro Pró-Memória permanece aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.





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