Marcelo Solá
De acordo com o conceito curatorial pelo qual optou Bianca Dias, os diversos trabalhos, com técnicas distintas suportes múltiplos, “visam investigar o corpo num movimento que vai desde a pulsação visual e onírica, passando pela dimensão da animalidade e do feminino. O corpo será pensado além de si, ocupando o espaço circundante e interagindo com outros corpos e os seus prolongamentos”.
Os desenhos de Estevão Parreiras, com traços exatos e formas estruturantes, transmitem sua forma de comunicação com o mundo, uma vez que para o artista, desenhar é como escrever. “O desenho é a maneira pela qual Estevão habita seu próprio corpo e o mundo. No universo de seus desenhos, as paisagens surgem estrangeiras e como emissárias de outro mundo, paradoxalmente impregnadas de uma realidade ambígua”, diz a curadora. Já nos traços de Laura Gorski, o corpo ocupa o centro do trabalho. “A partir de técnicas diversas com pigmentos, texturas e espessuras distintas, a artista inclui no seu trabalho a transfiguração do visível através da relação com a terra e seus frutos e ecos”, diz Bianca.
As obras de Marcelo Solá agrupam arquiteturas fantásticas e bichos que, através do desenho e da serigrafia, são aplicados numa sistemática sem fim. Animais e formas arquitetônicas muito singulares se embaralham e conduzem a espaços atemporais. Os trabalhos de Raquel Nava, compostos por objetos do cotidiano e partes de animais, dialogam com a pintura e se desdobram em experiências diversas, sinalizando o interesse por questões corpóreas e de natureza material. Já para Stella Margarita, sua pintura “se ancora numa tentativa de fuga às margens da representação, encontrando ritmo em plena queda. A dimensão do acontecimento surge nas entranhas do inconsciente e, por isso, fascina, encanta e causa certa perplexidade”, explica a curadora.
Fechando a seleção curatorial, um coletivo experimental entre quatro artistas - Juliana Franco, Rafael Abdala, Sara Não Tem Nome e Victor Galvão – criam a série de fotografias “Apneia”, onde na série de obras densas e monocromáticas possui um último registro imagético com uma sutil abertura para a ‘cor’, ainda que sutil, do mesmo corpo capturado em movimento suspenso.
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Sara Não Tem Nome, 2022 Impressão Fine art papel Canson
Photo Matte Paper 200 Fotografi
Sara Não Tem Nome, 2022 Impressão Fine art papel Canson Photo Matte Paper 200 Fotografi
Exposição: “Escrever outros corpos - criar outras margens”
Artistas: Estêvão Parreiras, Laura Gorski, Marcelo Solá, Raquel Nava, Stella Margarita e Coletivo ‘Sara Não Tem Nome, Juliana Franco, Rafael Abdala, Victor Galvão'.
Curadoria e Texto Crítico: Bianca Dias
Abertura: 08 de outubro, sábado, das 14h às 18h
Período: de 10 de outubro a 12 e novembro de 2022
Local: BELIZÁRIO Galeria R Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 491 – Pinheiros
Telefone: (11) 3816.2404
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