Seminários “Amor
Mundi – Pensando com Hannah Arendt”
Cia Fragmento de
Dança
“Amor Mundi” é o
seminário inspirado no pensamento da filósofa Hannah Arendt, que a Cia
Fragmento de Dança promove nos próximos três sábados do mês de agosto (dias 15,
22 e 29/08), sempre das 10h às 13h, como parte do processo de criação do seu novo
trabalho em dança contemporânea. Em cada encontro, uma convidada especial
discorrerá sobre um tema específico.
Crislei de Oliveira Custódio, organizadora da coletânea “Hannah
Arendt: a crise na educação e o mundo moderno” (2017 - Fapesp /Editora
Intermeios), encabeça a apresentação do dia 15/8, sobre o tema “Amor mundi e natalidade em Arendt: diálogos
sobre educação e política”, que pretende elucidar os conceitos de amor mundi e de natalidade
em Hannah Arendt, propondo a compreensão dessas noções na interface com as
concepções de educação e de política para a autora.
A palestra-aula do dia 22/08, “Como narrar (amar) o mundo”, tem à frente Laura
Mascaro, pesquisadora do grupo ‘Violência em Tempos
Sombrios’, dedicado ao pensamento de Hannah Arendt no NEV-USP, que atua como
advogada no Núcleo Paulista de Mediação e Arbitragem. A ideia é mostrar como a
narrativa, faceta pouco conhecida de pensamento de Arendt, é essencial para a sua
forma de compreender e julgar, atribuindo sentido e colaborando para nosso
“amor ao mundo”.
A filósofa, educadora Suze Piza,
pesquisadora do pensamento ético-político contemporâneo, fecha a série de encontros no dia 29/08, com
o tema “Implicações políticas do amor mundi e o espírito da Revolução”.
Usando o conceito de amor mundi como mobilizador para identificar a
apatia, o descuido, o isolamento, a dessubjetivação como origens dos
totalitarismos, a proposta é atravessar a obra da filósofa de forma a
compreender o vínculo essencial, mas raramente tematizado pelas tradições
revolucionárias, entre cuidado e política.
Para participar, as inscrições, gratuitas, devem ser feitas
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Serviço:
Seminários “Amor Mundi – Pensando com Hannah
Arendt”
Com: Crislei de Oliveira Custódio, Laura Mascaro e Suze Piza
Proposta da Cia Fragmento de Dança
Dias 15, 22 e 29/08 (sábados), das
10h às 13h.
grátis
Mais
sobre os encontros:
15/08 - Amor mundi e natalidade em Arendt: diálogos
sobre educação e política – Crislei de Oliveira Custódio
A
política, pedra angular do pensamento de Arendt, é o âmbito a partir do qual a
autora pensa a própria condição humana e a relação dos homens com o e no mundo.
Para ela, "no centro da política jaz a preocupação com o mundo, não com o
homem”. Ou seja, visto da perspectiva da esfera política, o mundo é mais
relevante do que a vida individual de cada ser humano.
Acerca
da educação, a autora afirma que a natalidade - "o fato de que os seres
nascem para o mundo" - é a essência dessa atividade. Arendt, aliás, situa
a educação em uma posição intermediária: entre o velho e o novo e, em sua
dimensão escolar, também entre o público e o privado. Assim, ao mesmo tempo em
que a educação – e, especificamente, a escola – assume o compromisso com a
preservação do mundo, ela compromete-se, de certa maneira, com sua renovação. À
proporção que a educação apresenta e inicia os novos neste mundo, ela
oferece-lhes a possibilidade de estabelecer laços de pertencimento. À medida
que conserva fragmentos do passado e histórias daqueles que nos antecederam,
ela cria condições para que os recém-chegados tenham novas experiências e
comuniquem novas interpretações. E, ao passo que apresenta um mundo velho às
crianças e jovens, o qual os interpela quanto à novidade e ao ineditismo que trazem,
a educação tende a possibilitar que esses novos se apresentem ao mundo e
revelem quem são.
Em
vista disso, neste encontro se pretende elucidar os conceitos de amor mundi e de natalidade em Hannah
Arendt, propondo a compreensão dessas noções, na interface com as concepções de
educação e de política para a autora.
Crislei de Oliveira Custódio
Licenciada em Pedagogia, Mestre e Doutora em
Educação pelo Departamento de Filosofia da Educação e Ciências da Educação da
Faculdade de Educação da USP. Membro da equipe de educação em direitos humanos
do Instituto Vladimir Herzog. Professora titular do Programa de Pós-Graduação
em Educação da UNIB e membro do grupo de estudos “Violência em tempos sombrios”
do NEV/USP. Foi organizadora da coletânea “Hannah Arendt: a crise na educação e
o mundo moderno”, publicada em 2017, com apoio da Fapesp pela Editora
Intermeios.
22/08 - Como narrar
(amar) o mundo – Laura Mascaro
“A narrativa revela o sentido sem cometer o erro de defini-lo” (H.
Arendt). Essa citação de Hannah Arendt revela uma faceta pouco conhecida de seu
pensamento: a narrativa. Nessa aula pretendemos mostrar como o narrar é
essencial para a forma de compreender e julgar de Hannah Arendt. A narrativa
também é uma forma de conservar o que existe de precioso no mundo, atribuindo
sentido e colaborando para nosso “amor ao mundo”.
Laura Mascaro
Graduada em Direito, Mestre pelo
departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito (USP) e Doutora em
Literatura Francesa pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
(USP), com período sanduíche na Université Paris III – Sorbonne Nouvelle. Sua
tese de doutorado “Memória e Verdade em La Douleur, de Marguerite Duras” foi
indicada para os prêmios Tese Destaque USP – 2018 e CAPES Tese – 2018.
Atualmente, é Professora do curso de direito da Universidade São Judas Tadeu,
pesquisadora do grupo "Violência em Tempos Sombrios", dedicado ao
pensamento de Hannah Arendt no NEV-USP, e atua como advogada no Núcleo Paulista
de Mediação e Arbitragem.
29/08 - Implicações políticas do amor
mundi e o espírito da Revolução – Suze Piza
Pensar a política na filosofia de H. Arendt usando
o conceito de amor mundi como mobilizador para identificar a apatia, o
descuido, o isolamento, a dessubjetivação como origens dos totalitarismos; o
estar-em-casa, o pertencimento, a convivência, a partilha com o outro, a
responsabilidade com o mundo como as condições de possibilidades históricas
para a política e as revoluções. A proposta é atravessar a obra da filósofa de
forma que possamos compreender o vínculo essencial, mas raramente tematizado
pelas tradições revolucionárias, entre cuidado e política.
Suze Piza
Filósofa, educadora, com mestrado, doutorado em
Filosofia pela Unicamp e pós-doutorado em filosofia e psicanálise.
Pesquisa pensamento ético-político contemporâneo. É professora do
programa de pós-graduação em Filosofia e do Programa de Economia política
Mundial de pós-graduação da UFABC.
Informações
adicionais:
Elaine Calux – assessoria de imprensa
11 964655686 | 33689940
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