Uma leitura diária dos muitos assuntos relacionados como mudanças climáticas 17 de fevereiro de 2022
Clima extremo: chuvas intensas causam mortes e destruição em Petrópolis Ao menos 78 pessoas morreram em Petrópolis após chuvas extremas caírem no município nesta 3ª feira (15/2). Há 35 desaparecidos e dezenas de desabrigados. A tempestadese originou de uma massa de ar frioque estava sobre o Oceano Atlântico e que já tinha baixado as temperaturas no Sul do país. A cidade histórica e montanhosa na Região Serrana do Rio de Janeiro recebeu em 3 horas um volume maior de chuvas do que a média para o mês de fevereiro - que já é chuvoso. No bairro Morro da Oficina, até 80 casas foram soterradas. Imagens de drones mostram o caos em toda a cidade. Várias autoridades se reuniram nesta 4ª feira no município e o governador do estado, Cláudio Castro, classificou a situação como umcenário de guerra, com carros pendurados em postes e presos a telhados. Há onze anos, mais de 900 pessoas morreram na Região Serrana após chuvas intensas, em uma das maiores tragédias da história do Brasil. O episódio levou à criação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, o Cemaden. José Marengo, meteorologista e coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, não tem dúvidas sobre o aumento da intensidade deste evento em comparação com o de 2011. "Menos pessoas morrem hoje porque se criou uma cultura de monitoramento de desastres com a criação do Cemaden. Até 2011, os alertas tratavam apenas da chuva e não de movimentação de massa [deslizamentos]”, disse àFolha. O jornal informa ainda que o órgão emitiu um alerta na 2ª feira informando sobre a possibilidade de ocorrência de fortes chuvas. Não é possível prever um volume tão expressivo e concentrado de chuvas, mas segundo declaração do cientista Paulo Artaxo à mesma reportagem, o alerta deveria ter gerado evacuação imediata das áreas de risco dado o histórico da região. Sirenes foram acionadas às 16h42 desta 3ª feira, segundo informou a Defesa Civil, isto é, quando as chuvas já haviam começado e já estavam intensas. Mas além de alertas, o que mais deveria ter sido feito nesses onze anos para impedir que milhares de pessoas continuassem ocupando áreas de risco na região? O jornalista Leonardo Sakamoto elenca noUOLuma série de ações necessárias para governos que levem a crise climática e a ocupação desordenada a sério. Os bombeiros e as equipes locais de defesa civil seguem trabalhando no local. A previsão é infeliz:as próximas horas terão mais chuvas, um risco para essas equipes, já que o solo da região está encharcado e pode apresentar instabilidades. A principal notícia do momento no Brasil teve ampla repercussão na imprensa estrangeira, com Reuters,AP,BBC,NYT,ABC News, entre outros.
Lideranças desenham propostas de preservação da Amazônia para o pós-Bolsonaro NoValor , Daniela Chiaretti antecipa a intenção da rede “Uma Concertação pela Amazônia” de construir uma proposta de agenda ambiental para os primeiros 100 dias do próximo governo. A Concertação reúne mais de 500 lideranças dos setores público e privado, economistas, ambientalistas e pesquisadores. O objetivo não é fazer advocacy com os candidatos, mas posicionar-se como um hub de conhecimento para um governo de transição, segundo Renata Piazzon, secretária-executiva do movimento. Como a Concertação almeja colocar a Amazônia no centro do debate político, outra ideia é constituir uma forte bancada ambiental que faça contraponto à frente ruralista. Por isso, o grupo também quer conseguir ao menos 40 parlamentares no Congresso e dez governadores que defendam propostas de desenvolvimento sustentável para a região. Por outro lado, em mais uma demonstração da intensa preocupação internacional com a Amazônia, o senador democrata norte-americano Ed Markey criticou a legalização da grilagem de terras, que elevará o desmatamento da Amazônia, contrariando as promessas que o Brasil fez na COP26. O recado dado no Twitter tem endereço certo, o nosso Congresso e seu pacote de projetos de destruição ambiental. Enquanto isso, em outro hemisfério, Bolsonaro agradeceu o presidente russo por defender a soberania brasileira na Amazônia. Também "deu match" na visão dos dois presidentes para os combustíveis fósseis: Bolsonaro afirmou que existem “amplas possibilidades” para acréscimo de negócios na exploração de gás, petróleo e derivados, bem como exploração de águas profundas e hidrogênio. Para alegria do lobby nuclear, a fonte de energia foi citada nas falas dos dois presidentes. As promessas relativas aos fertilizantes que a Rússia exporta para o Brasil também devem ter aliviado o agronegócio.As sinergias fósseis entre Bolsonaro e Putin estão bem detalhadas em matérias no Valor,O Globo,Folha,CNNeVeja.
Em tempo:Mais uma evidência do grau de desconhecimento sobre a biodiversidade da Amazônia: acaba de ser anunciada a descoberta da Tovomita cornutaGarimpeiros bloqueiam escritório do ICMBio no Pará contra fiscalização ambiental , um nova espécie vegetal, por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A descoberta é também uma evidência das ameaças ao bioma: a espécie recém-descoberta foi classificada como “criticamente ameaçada”, ou seja, em risco de extinção. O g1conta a história. Itaituba fica às margens do Rio Tapajós, no Pará, região que é um dos maiores polos de garimpo ilegal do Brasil. Ontem (16/2), o município foi palco de um protesto de garimpeiros contra a fiscalização ambiental que incluiu a queima de duas pontes de madeira e o bloqueio à sede do Instituto Chico Mendes (ICMBio) no município, de acordo com oEstadão.
Agentes da Força Nacional de Segurança Pública estiveram presentes na região, mas não encontramos informações sobre terem feito alguma coisa para reprimir o protesto dos criminosos (ao contrário do que se viu em frente aoCongresso Nacional, no protesto pacífico contra o PL do Veneno). A audácia dos criminosos tem respaldo oficial: segundo oEstadão , na véspera, o deputado federal José Priante (MDB-PA), primo do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), esteve no Palácio do Planalto junto com o líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões Júnior; o prefeito de Itaituba, Valmir Climaco (MDB); e o secretário de Meio Ambiente (!!!) do município, Bruno Rolim. Eles foram recebidos pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que se prestou ao papel de ouvir pleitos de criminosos. O encontro foi devidamente divulgado nasredes sociaisdo deputado. defendendo os decretos presidenciais que os favorecem. A esse respeito, vale conferir o podcastAo Ponto Aliás, na manhã do protesto dos garimpeiros, o ministro das minas e energia estava naJovem Pan , que ouviu Larissa Rodrigues, doutora em energia pela Uiversidade de SP e gerente de portfólio do Instituto Escolhas, explicando as razões pelas quais esses decretos têm sofrido inúmeras críticas. Mas se depender dos Congressistas de outros estados, os "mineradores artesanais" podem meter a viola no saco: de acordo com oMetrópoles, em pouco mais de 24 horas a oposição na Câmara dos Deputados apresentou cinco projetos de decreto legislativo (PDL) contra a tentativa do Planalto no sentido de facilitar modalidades de garimpo. Para os políticos paraenses, fica nossa recomendação: leiam a matéria daDW na qual Erika Berenguer, pesquisadora sênior das universidades de Oxford e Lancaster, na Inglaterra, e líder de um dos capítulos dedicados aos impactos da mineração na Amazônia que compõem o relatório do Scientific Panel for the Amazon (SPA), explica o risco que o mercúrio, usado pelo garimpo, representa para a população do Pará. Spoiler: são riscos de problemas neurológicos como insônia, ansiedade, dificuldade locomotora e cognitiva nas crianças, além de maior chance de abortos. O protesto e o afago dos políticos paraenses aos garimpeiros vem na sequência da deflagração da Operação Caribe Amazônico pela Polícia Federal nesta segunda (14/2), nas proximidades da Terra Indígena Munduruku. Como prescreve a lei, a operação incluiu a apreensão de materiais e destruição de maquinários utilizados em práticas ilegais. AFolhatraz os detalhes. O Liberallembrou que a região de Itaituba foi também alvo na última quarta (10/2) da “Operação Alerta Amazônia 2”, que constatou o desmatamento de 2.070 hectares na Flona de Altamira.
País importa quase metade do gás fóssil que consome A crise elétrica fez o governo ligar todas as térmicas que podia. Resultado, a importação de gás fóssil (comumente chamado de "gás natural") deu um salto e representa, agora, 47% da demanda. Quando o século começou, consumia-se muito menos gás e a importação representava apenas 22%, segundo oValor . Desde então, a demanda por gás vem crescendo em média 6% ao ano, bem mais do que o conjunto da economia. As principais responsáveis são as termelétricas que queimam o produto. Como é fácil construí-las nas proximidades dos locais onde o gás chega, seja o nacional das bacias do litoral, seja o importado principalmente dos EUA, é coerente esperar que os planos de investimento foquem muito mais nas linhas de transmissão necessárias para reforçar a interligação do sistema, do que na construção de gasodutos. Foi quase consenso a crítica ao famoso jabuti enfiado na lei de privatização da Eletrobras obrigando o governo a comprar oito GW de energia firme de térmicas a serem construídas longe do litoral porque, além das linhas de transmissão, haveria que se construir gasodutos. Rafaella Barros, noPoder 360 , critica a prioridade dada à transmissão achando que a falta de gasodutos pode estancar a expansão das térmicas. Diante da crise climática, é imperativo se ter menos térmicas, menos gasodutos, menos emissão de gases de efeito estufa. E mais eólicas e fotovoltaicas com cada vez mais linhas de transmissão para se integrarem ao sistema. Um efeito colateral da crise e dos aumentos nas tarifas é a viabilização de projetos de eficiência energética. Tais projetos costumam exigir investimentos à vista para a redução do consumo de eletricidade a prazo. As tarifas mais altas estão reduzindo este prazo. Segundo oValor , a italiana Enel, uma das maiores elétricas do país, investiu quase R$ 90 milhões no ano passado e já vem obtendo resultados. Outro efeito colateral é a viabilização da instalação de painéis fotovoltaicos em telhados. A quantidade de instalações também cresceu e, segundo a Exame, passou a marca de 700 mil ligações. Rosana Jatobá, em um podcast daUm Só Planeta , diz que já são mais de 1 milhão. A maioria no comércio e nas casas da classe média alta. Do ponto de vista do clima, a notícia é de se comemorar. O problema que pode se tornar relevante é a conta de luz. A tarifa remunera o gerador da eletricidade, mas também paga todos os fios, postes e transformadores que fazem essa energia chegar a cada consumidor. Quando alguém coloca um painel no telhado, passa a consumir menos e pagar menos pela conta de luz. Como o custo do sistema é o mesmo, ele será dividido por um número menor de consumidores - exatamente aqueles que não têm condições de instalar um painel. Em tempo:OValor conta que o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a primeira fase dos estudos para a privatização da Eletrobras por 6 a 1. O voto contrário, do ministro Vital do Rêgo, foi pelo entendimento que o valor da empresa deveria ser o dobro do avaliado nos estudos. O ministro Benjamin Zymler votou a favor, mas comentou com Murillo Camarotto, doValor, que a privatização “ainda não está em um nível de maturidade adequado. Se a Eletrobras fosse minha, eu não a privatizaria com essas contas”. O próximo passo do processo é o tribunal examinar o modelo de venda.
Seca e incêndios prejudicam produção agrícola na Argentina e no Paraguai A estiagem prolongada que afeta o sul do Brasil também está levando prejuízos para o beneficiamento de soja nos países vizinhos, como informa a Reuters. No Paraguai, o quarto maior exportador de soja do mundo, a indústria de processamento de oleaginosas corre o risco de ficar sem matéria-prima para trabalhar até o meio do ano, e já estuda a possibilidade de importar soja pela primeira vez na história.Engraçado que, quando estão comprando soja de desmatamento, que em última instância é uma das causas da mudança do clima e dos eventos climáticos extremos como as secas intensas, agem como se não fosse com eles. O Paraguai enfrenta desde o ano passado a pior seca em uma década, com uma queda de metade da produção na comparação com a temporada anterior. De olho no céu, os beneficiadores de grãos calculam que a situação fique ainda pior caso não chova nos próximos meses, podendo atingir uma capacidade ociosa de até 70% no segundo semestre. Grandes produtores, como Bunge, Cargill, Dreyfus e outros, que adoram um ganha-ganha quando quem ganha são só eles, agora fazem chororô com os prejuízos e querem mudanças no regime tributário paraguaio e isenção de impostos para viabilizar a importação de grãos para beneficiamento.
A Argentina, maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, teme repetir o “desastre de produção” que atingiu o cinturão de soja argentino em 2018, diz a . A região enfrenta, pela segunda vez e em um curto intervalo de tempo, o fenômeno La Niña. Para piorar a situação, um incêndio de grandes proporções já queimou mais de meio milhão de hectares na região de Corrientes, localizada a 800 quilômetros ao norte de Buenos Aires. A parte destruída equivale a 6% da área total da região, caracterizada pela produção agrícola. A estiagem põe ainda mais lenha na fogueira. “É uma linha de fogo quase impossível de controlar”, disse uma fonte da Defesa Civil àReuters. As chuvas escassas, de no máximo 10 milímetros, que são esperadas para os próximos dias não devem amenizar a situação.Reuters Em tempo 1: OValor mostra que parlamentares estão recorrendo a um “orçamento secreto” para apoiar os “coleguinhas” do agronegócio contra a seca que afeta o sul do país e o Mato Grosso do Sul. Querem conseguir pelo menos R$ 5 bilhões, mais de duas vezes o valor das despesas executadas pelo Ministério do Meio Ambiente em 2021 (R$ 2,38 bilhões, segundo oPortal da Transparência) para bancar o pacote de ajuda. O plano é fazer isso por meio de Medida Provisória de crédito extraordinário. A COAMO, maior cooperativa de agricultores do Brasil, prevê queda de 40% na oferta de soja na safra 2021/2022 devido à seca, ressaltaReuters. Em tempo 2:Estudo publicado naScientific Data mostra um conjunto de dados globais sobre os impactos das mudanças climáticas projetados para quatro grandes culturas: milho, arroz, soja e trigo. Os dados, que englobam 91 países, foram obtidos por meio de meta-análises de 8.703 simulações publicadas em 202 estudos entre 1984 e 2020.
Um século em 30 anos: cientistas dos EUA alertam para risco de elevação do nível do mar até 2050 Não será tão catastrófico quanto no filme O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow), mas o bicho vai pegar principalmente nas costas do Golfo e Leste dos Estados Unidos. Umestudolançado na 3ª feira (15/2) pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional ( NOAA) e outras 6 agências federais dos EUA levantou a bandeira vermelha e apontou que, até 2050, os níveis dos mares vão subir de 25 a 30 centímetros e aumentar a frequência das inundações durante a maré cheia, mesmo em dias ensolarados, bem como a frequência das marés com potencial destrutivo durante tempestades. Partes da Louisiana e do Texas serão as mais afetadas, com mares até 45 centímetros mais altos. Isso indica que o aumento do nível do mar nos próximos 30 anos será o equivalente ao observado durante todo o século passado, quando o aumento do nível do oceano Atlântico registrou aceleração na comparação com os 2.000 anteriores. Até 2060, São Petersburgo, na Flórida, terá mares 60 centímetros mais altos. Nicole LeBoeuf, diretora da NOAA, disse àAP que o custo será alto, já que 40% dos norte-americanos vivem na região costeira. Embora os impactos sejam maiores durante as tempestades, cidades já vêm sofrendo com inundações durante marés altas. Quase 8 milhões de casas com custo de reconstrução de 1,9 trilhão de dólares, incluindo em cidades como Nova Iorque, Boston e Miami, correm o risco durante tempestades, destacou aBloomberg. O estudo teve ampla repercussão na imprensa internacional, sendo noticiado também porReuters,New York Times, Washington PosteWall Street Journal.
EUA: Emissão de carbono do etanol de milho foi maior que a da gasolina Os EUA são os maiores produtores de etanol do mundo, muito por conta de uma política lançada em 2005 tornando obrigatória uma mistura crescente deste biocombustível à gasolina. O Renewable Fuel Standard (RFS) provocou um aumento significativo na produção de etanol e, para tanto, a expansão da área plantada com milho. Esta expansão, de quase 3 milhões de hectares por ano, se deu em parte pela conversão de pastos, em parte substituindo soja e outras lavouras e em parte por abrindo novas áreas de cultivo. O resultado desta mudança do uso da terra foi aumentar as emissões do país. Um estudo publicado pela PNAS somou as emissões desta mudança de uso do solo aos do uso maior de fertilizantes na lavoura e mais outros fatores. O resultado foi que, para o período estudado, entre 2008-2016, as emissões associadas ao etanol foram maiores do que as do equivalente em energia da gasolina. Reuters,The Hill ,AxioseInside Climate News fizeram manchetes sobre emissões do etanol serem maiores do que as da gasolina. O trabalho é importante por abarcar um largo período de tempo e por estudar outros efeitos colaterais do RFS, como uma forte mexida nos preços relativos de produtos agropecuários. Mas deve ser entendido no contexto norte-americano e limitado pelas premissas e modelos econômicos adotados. Aqui no Brasil, o trabalho que fundamenta o RenovaBio indica que o etanol de cana e de milho não são a salvação climática, mas quase toda a produção nacional emite menos do que a gasolina. O RFS definiu a meta para este ano em 36 bilhões de litros, um pouco acima do nosso pico de produção em 2019 de 35 bilhões de litros, juntando a produção a partir da cana-de-açúcar com a do milho.Alunos processam grandes universidades dos EUA por investimentos em energia fóssilEstudantes das universidades Yale, MIT, Princeton, Stanford e Vanderbilt apresentaram queixas legais contra suas faculdades por violação de uma lei de gestão prudente de fundos institucionais. As universidades investiram em empresas de combustíveis fósseis - responsáveis pela emergência climática, informamThe Guardian
eWashington Post. Segundo o argumento das queixas, a lei impõe o dever legal de colocar o interesse público em primeiro lugar e essas universidades estão deixando de fazê-lo por investir em empresas de combustíveis fósseis que causam danos ao meio ambiente e à saúde. Já o fundo de pensão dos profissionais de saúde holandeses, PFZW - com 278 bilhões de euros em ativos - declarou que “desinvestiria” até 2024 de qualquer empresa de combustíveis fósseis que não tenha uma estratégia “convincente e verificável” para atingir as metas estabelecidas no Acordo de Paris. A Reutersdiz que a decisão da PFZW segue movimentos semelhantes aos de outros gestores de ativos no sentido de revisar a maneira como investem como parte de um esforço global para atingir emissões líquidas de carbono zero até 2050. Em tempo:A comunidade maia Q'eqchi', de Agua Caliente, na Guatemala, está levando o governo ao tribunal em um caso que pode reconhecer o direito dos Povos Indígenas a controlar os recursos de petróleo, gás e mineração em suas terras, de acorco com Climate Change News.
Retórica da "revolução verde" pode ser contraproducente para a ação climática Estudomostrouque muitos ativistas climáticos e políticos não estão conseguindo persuadir proporções significativas da população dos benefícios da descarbonização da economia e podem até dificultar a ação ambiental. realizado pelo think tank Fabian Society e pela Foundation for European Progressive Studies (FEPS) Em artigo para o Independent, Luke Raikes, um dos responsáveis pela pesquisa, argumenta que se os ativistas continuarem “falando sua própria língua” afastarão ativamente a população em geral. Para Raikes é preciso implementar políticas melhores, mas também falar melhor sobre os benefícios potenciais da ação sobre as mudanças climáticas - particularmente com grupos que permanecem menos convencidos de que tal ação é necessária. Pois, foi revelado que grande parte da população simplesmente não acredita em argumentos sobre os benefícios econômicos da ação climática, seja como uma oportunidade de criar empregos, reverter o declínio industrial ou transformar o capitalismo.
Em tempo: Artigo publicado naYale Climate Connections correlaciona e traz argumentos para o envolvimento das artes no combate às mudanças climáticas. A crise climática é cada vez mais reconhecida como uma questão cultural e também técnica, científica e de infraestrutura.
Para ler e participar: Como o Agro brasileiro se beneficia do desmatamento O Instituto Escolhas lança hoje às 9h da manhã um estudo sobre o que o desmatamento da Amazônia e do MATOPIBA tem a ver com o preço da terra no resto do Brasil e com o preço da soja. O estudo também tenta responder por que o desmatamento não acaba se não é mais preciso desmatar para produzir? O estudo será debatido pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues; pelo secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini; pela economista, Leila Harfuch; e pelo professor da Esalq, Joaquim Bento. Hoje, 17/2, a partir das 9 da manhã, no canal YouTubedo Escolhas. Para receber o trabalho, inscreva-seaqui.
Errata: Ontem (16/2) nanota“Terras públicas concentram mais da metade do desmatamento amazônico”, dissemos que o pesquisador Paulo Moutinho é do Imazon, quando, na verdade, ele trabalha para o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Pedimos desculpas por esse equívoco.
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