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CllimaInfo, 15 de fevereiro de 2022

 






Uma leitura diária dos muitos assuntos relacionados como mudanças climáticas
15 de fevereiro de 2022


 

Bolsa-desmatamento 1: BNDES repassa R$ 29 milhões para desmatadores
O Repórter Brasil revelou que cinco desmatadores receberam ao menos R$ 29 milhões do BNDES - dinheiro público com juros subsidiados - para financiar a compra de tratores. A operação de crédito foi intermediada peloBanco John Deere, braço financeiro da fabricante homônima de maquinários agrícolas.
Isto aconteceu mesmo existindo uma resolução do Banco Central veda a concessão de crédito rural para propriedades na Amazônia sobre as quais recaem embargos. Mas a regulamentação tem uma brecha: os infratores podem contrair empréstimos para propriedades diferentes daquela onde o crime ambiental foi praticado. Em um dos casos nem foi preciso recorrer a este truque, porque o BNDES autorizou empréstimo para uma fazenda que tinha sido autuada.
O mapeamento foi feito pelo Repórter Brasil por meio da plataforma de dadosFlorestas e Finanças. Por exemplo, 11 fazendeiros que compraram máquinas John Deere com dinheiro público emprestado acumulam um total de R$ 31,4 milhões em multas ambientais nunca pagas, enquanto o montante total dos empréstimos do BNDES para esses onze desmatadores, R$ 39,7 milhões, daria para quitar as dívidas com sobra.
“É dinheiro dos contribuintes para o agronegócio que está desmatando. Além dos juros, que são muito melhores do que qualquer outro financiamento, os produtores podem obter anistia no pagamento [dessa dívida] em casos como ataques de pragas, secas ou qualquer problema que prejudique a safra. É um risco que deveria ser assumido pelos plantadores de soja, mas acaba ficando para os cofres públicos”, disse ao Repórter Brasil o cientista Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia e vencedor do Nobel da Paz com a equipe do IPCC em 2007.
Emresposta à reportagem , tanto o BNDES como o Banco John Deere e o Banco Central não conseguiram demonstrar como fazem a devida diligência das condicionantes de sustentabilidade definidas em suas próprias regras de financiamento. Dois dos fazendeiros alegam que o IBAMA errou ao multá-los.

Em tempo 1:O episódio “Amazônia Ilegal” do podcastO Assuntoé certeiro ao abordar o modelo de subdsenvolvimento em curso na região amazônica. A entrevista fala das áreas de floresta no Pará onde foi realizado o “Dia do Fogo” em 2019 e que hoje estão ocupadas com soja. Na época, policiais, ministros e até o presidente da República tentaram culpar membros de ONGsambientais que atuam na região - sobrou até para o Leonardo DiCaprio.Em tempo 2:
A morte de três pessoas de uma mesma família em São Félix do Xingu segue sem solução por parte das autoridades. AFolhaconversou com moradores da região, que acreditam que o caso está relacionado a disputas por terra. Segundo a reportagem, José Gomes, conhecido como Zé do Lago, 61, sua mulher, Márcia Nunes Lisboa, 39, e a filha deles, Joane Nunes Lisboa, 17, viviam em uma terra reivindicada pelo pecuarista Francisco Torres de Paula Filho. Ele é irmão do prefeito da cidade, o também pecuarista João Cleber de Souza Torres (MDB),acusadode grilagem e desmatamento. Vale a pena conferir a longa ficha de problemas que a dupla tem com a justiça.


Bolsa-desmatamento 2: Bolsonaro quer estimular "mineração artesanal", vulgo garimpo
No mundo invertido do bolsonarismo, quem defende a floresta viva é bandido, e quem comete crime contra a natureza é gente de bem. Por isso, o Governo Bolsonaro lançou uma nova modalidade de Bolsa-Desmatamento, o Pró-Mape, especialmente voltado aos garimpeiros, grupo envolvido comtráfico de ouro, poluição por mercúrioe violênciascontra Povos Indígenas.
A atividade está entre as principais responsáveis pelos recordes recentes de desmatamento na Amazônia, região que será o foco principal do projeto, segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República.
Otexto do decreto estabelece a criação de uma comissão - Comape - a ser coordenada pelo Ministério de Minas e Energia e composta pelos ministérios da Casa Civil, Cidadania, Justiça, Meio Ambiente e Saúde. O decreto, que tenta ainda rebatizar a atividade do garimpo como “mineração artesanal”, teve repercussão imediata na imprensa brasileira, comPoder360,Estadão,O Globo,Valor,FolhaeMídia Ninja.
O aceno sem constrangimentos ao garimpo ilegal escancara a tática atual dos grupos de interesse envolvidos em crimes ambientais no Brasil: “O Jair já era”, ou seja, com a possível derrota de Bolsonaro nas eleições de outubro, resta pouco tempo para ‘passar boiadas’”, avalia o colunista Leonardo Sakamoto. Resta saber quanta floresta estará de pé até a chegada de um novo governo federal. E de um Congresso diferente.



Estudo desmente "qualidade de vida" da produção de soja no Brasil
Indicadores das últimas três décadas de municípios produtores de soja analisados pelo Cebrap e UFABC quebram o mito de que esta monocultura eleva a qualidade de vida. Os índices de pobreza extrema aumentam à medida que a soja domina os campos, notadamente nas regiões Norte e Centro-Oeste - coincidentemente, as fronteiras de desmatamento do Cerrado e da Amazônia. A exceção é a região Sul.
Para cada aumento percentual na área de soja, a renda per capita cai 0,001% no Sudeste. Mesmo no Centro-Oeste, considerado o benchmark nacional da produção de soja, o crescimento na renda per capita é de apenas 0,008%.
Em entrevista aoValor, Louise Nakagawa, do CEBRAP, cita o MATOPIBA como exemplo: “Há grandes [municípios] produtores que não têm agência bancária, onde os níveis de escolaridade são baixos e há maior índice de desigualdade”. Segundo ela, “uma das nossas constatações é a concentração altíssima de riqueza, quando os donos dessas propriedades rurais [comumente grandes empresas], certamente nem moram no município produtor. Isso tem um impacto na circulação dos recursos financeiros nesses municípios”.
Ainda noValor : estudo do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV) traz a receita de bolo para os sojicultores não só reduzirem as emissões de carbono de suas lavouras, como também as transformarem em sumidouros de carbono (de olho, obviamente, no mercado de créditos de carbono). Mas como os pesquisadores observam, para isso não pode haver desmatamento.
Enquanto o crédito de carbono não vem, a crise climática mostra a que veio: o valor das indenizações pagas no seguro rural aos produtores brasileiros aumentou 94% em 2021 em comparação com 2020. O valor geral é recorde e representa um aumento de 246% em relação a 2019, de acordo com a Federação Nacional dos Seguros Gerais (FenSeg). A notícia é doValor.
Mas para os produtores, uma distorção do mercado reduz a percepção do custo climático: em todo o mundo, estoques baixos de commodities estão turbinando os preços. Isso vale tanto para a soja como para o minério de ferro ou o petróleo. Segundo matéria doFinancial Timesreproduzida peloValor, a corrida por matérias-primas e alimentos básicos está se refletindo nos mercados futuros, onde o preço para entrega de algumas commodities no curto prazo excede o de longo prazo. Para os consumidores, esse cenário é certeza de que a inflação seguirá alta.



“A indústria do carvão é resiliente em seu longo martírio”
A pá-de-cal que enterrará o setor carvoeiro parece estar ainda distante. No ano passado, a economia chinesa se recuperou mais rápido do que previsto e, não encontrando carvão na quantidade e velocidade necessárias, passou a comprar gás natural, reduzindo os estoques globais e mandando os preços para as alturas. O que tornou o carvão ainda mais competitivo. China e Índia seguem queimando muito carvão e sabem que terão que deixar de fazê-lo se quiserem que a temperatura pare de subir.
O título desta nota veio de uma matéria de Daniela Chiaretti, no Valor, onde ela fala dos muitos compromissos globais e corporativos para o abandono do vício carvoeiro. Alguns são descaradamente descumpridos. Outros, malandramente cumpridos. Chiaretti cita a francesa Engie, que assumiu uma meta forte para tirar o carvão do seu portfólio. Aqui, ela vendeu a grande e velha usina de Jorge Lacerda, em Santa Catarina, para uma empresa sem histórico algum no setor. A francesa limpou sua barra e as emissões da usina seguem aumentando a temperatura do planeta.
O fechamento dessa usina e suas irmãs gaúchas enfrenta a resistência do poderoso lobby carvoeiro no Congresso. No ano passado, conseguiram plantar um jabuti para garantir o subsídio ao setor por mais 20 anos. Bolsonaro nem piscou antes de sancionar a lei. O lobby se apoia em um número de empregos e famílias que dependem da indústria que cresce a cada discurso. Há algum tempo, falavam em 3 mil famílias. Mais recentemente o número subiu para 5 mil, sem explicação. Para o Valor, o secretário de desenvolvimento econômico sustentável de Santa Catarina disse que fechar Jorge Lacerda impactaria 600 mil pessoas e 15 municípios. “Ao todo, R$ 5 bilhões seriam retirados da economia do estado abruptamente e perderíamos 15 mil empregos”.
Talvez fosse razoável usar os subsídios atuais em programas de requalificação ou de aposentadoria, na linha do movimento internacional de uma transição justa.
Gabriela Rudy, em outra matéria noValor, lembra que o barulho que o lobby faz é desproporcional aos 2% da eletricidade nacional das térmicas a carvão, sendo que as de Santa Catarina e Rio Grande do Sul não geram nem metade disso.
Voltando aos compromissos internacionais, a Bloombergpublicou uma matéria sobre os bancos que vivem a prometer o verde mas financiaram quase US$ 2 trilhões no setor carvoeiro nos últimos 3 anos. Apesar do risco desses ativos apodrecerem e virarem stranded assets, diz a matéria que bancos e fundos de investimentos seguem achando que os retornos ainda valem a pena.

Em tempo:A poderosa Exxon não parece estar se saindo muito bem em águas brasileiras. A corporação havia escolhido o país como uma das três regiões que garantiriam seu futuro, junto com os campos de fracking dos EUA e do litoral da Guiana. Matéria exclusiva daReutersfala da falta de pontaria da petroleira: ela apostou pesado em dois campos que, após muitos furos, se mostraram inviáveis para explorar. Nos últimos anos, a Exxon investiu US$ 4 bilhões e se tornou a segunda maior operadora por aqui, depois da Petrobras. Mas ainda não achou nada rentável.


Alemanha, Rússia e gás natural: peças no tabuleiro geopolítico da crise na Ucrânia
O chanceler alemão Olaf Scholz viajou para Kiev, capital da Ucrânia, de onde seguirá para conversar com Putin em Moscou tentando congelar a guerra fria dos últimos meses. Os russos não querem ver a Ucrânia pender para a OTAN e posicionaram cerca de 160 mil soldados e muito armamento em torno da fronteira, além de posicionar sua esquadra no Mar Negro para bloquear qualquer ajuda que pudesse chegar ao país.
Diferente da ocupação da Crimeia em 2014, desta vez os EUA também mobilizaram tropas e Biden adotou um tom forte nas suas declarações. Um desses recados envolve o bilionário projeto do segundo conjunto de gasodutos ligando o gás russo aos consumidores europeus, o Nord Stream 2.
A Europa, hoje, no meio do inverno, ainda depende bastante do gás russo. Quase 20% de toda a energia consumida na Alemanha é gás russo, boa parte vinda por gasodutos que atravessam a Ucrânia. Desde o acirramento das tensões, o país passou a rediscutir os planos de construção de terminais de regaseificação.
Os russos, por outro lado, também dependem do rico mercado europeu. Por via das dúvidas, Putin foi a Beijing para as Olimpíadas de Inverno e aproveitou para assinar uma declaração conjunta de amor e apoio mútuo com Xi Jinping. A China está muito interessada no gás russo e do seu bloco na Ásia Central.
A mídia internacional está cobrindo diariamente a escalada das tensões. Os desdobramentos mais recentes estão naBloomberg, noNew York Times , na edição europeia doPolitico, naBarron’se noFrance 24. A viagem de Scholz foi destaque naEuroActivee naReuters. Vale ver a análise naEconomist.
Enquanto isso, ali ao lado da sala ocupada pelos adultos, Bolsonaro decidiu ignorar os repetidos apelos do governo norte-americano para cancelar sua viagem a Moscou. Bolsonaro disse aos correligionários de sempre, segundoO Globo, que, “o mundo todo tem seus problemas” citando exemplos históricos de países que anexaram terras de outros. E manteve a viagem esperando passar a imagem de que não se alinha automaticamente aos EUA.



Mesmo com metas verdes, grandes bancos europeus seguem investindo bilhões em energia fóssil
Diante da intensificação da crise climática, refletida pelo aumento dos eventos extremos, é passada a hora de ver as organizações alinharem discurso e prática. Porém, no mundo corporativo - principalmente no setor bancário - ainda se vê as mesmas organizações fazendo jogo duplo. Com uma mão batem nas costas de negociadores do clima, se comprometendo com o net-zero; com outra, financiando negócios envolvendo petróleo e gás.
Segundo oGuardian e outros veículos de imprensa internacional, os 25 maiores bancos europeus, liderados por HSBC, Barclays e BNP Paribas, forneceram US$ 55 bilhões (o equivalente a R$ 275 bilhões) em empréstimos e outros financiamentos a 50 grandes corporações - entre elas a ExxonMobil - envolvidas com perfuração de novos poços de petróleo e exploração de gás. Olevantamentofoi feito pelaShareAction.
Vale lembrar que essas mesmas instituições financeiras tinham assinado na ONU, em 2021, o “Net-Zero Banking Alliance” (NZBA), um compromisso internacional de redução das emissões de gases de efeito estufa a partir dos seus financiamentos.Bloomberg,ReuterseBBC Newsescreveram sobre o caso.



IPCC avança com novo relatório sobre impactos da crise climática
Cientistas e governos estão caminhando sobre o fio da navalha para fechar o sumário para tomadores de decisão do próximo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) a ser lançado no final deste mês. Eles se reuniram nesta 2ª feira (14/2), em Berlim, para finalizar o relatório do Grupo de Trabalho II (WGII) sobre como o aquecimento global está afetando e vai afetar a vida das pessoas, seu ambiente natural e o planeta.
De acordo com aFrance24 , a presidente do IPCC, Hoesung Lee, disse que as apostas nunca foram tão altas na luta contra o aquecimento global. O relatório apresentará sete capítulos regionais “sobre como as mudanças físicas no clima mudam a vida das pessoas”, antecipou àAssociated Pressa cientista ambiental sul-africana Debra Roberts, copresidente do IPCC.
Segundo ela, o documento terá forte ênfase nas cidades. O resumo, que precisa ser aprovado por consenso nas próximas duas semanas, deverá ser um balanço entre uma mensagem apocalíptica e outra que traga algum sopro de esperança diante das consequências, para todas as formas de vida, do aquecimento global provocado pela ação humana.
Entre a culpa, a paralisia, o pânico e a ação, a linha é tênue. O fato é que, pelas declarações que já vêm sendo dadas sobre o documento, é possível apreender que as notícias não serão nada animadoras. “As evidências horríveis do IPCC de crescentes impactos climáticos devem mostrar um pesadelo pintado na linguagem seca da ciência'', estima Teresa Anderson, líder das questões de justiça climática na organização ActionAid Internacional em declaração à AP.
Na semana passada, o biólogo alemão Hans-Otti Poertner, copresidente do Relatório, havia alertado que a ciência é clara sobre os limites, inclusive de temperatura, suportáveis para ecossistemas, espécies e humanos. Segundo ele, em alguns lugares o aquecimento está próximo desses limites e, em alguns casos, como no caso da maioria dos recifes de corais, os limites já foram ultrapassados.
Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, alertou para os possíveis impactos que a conversa sobre o apocalipse climático pode ter na saúde mental das pessoas. Seja como for, teremos de agir rápido se quisermos evitar o caminho da dor.

Em tempo: O Centro de Justiça Climática ligado à Glasgow Caledonian University buscou saber por quais motivos as mudanças climáticas afetam mais as mulheres. Os pesquisadores chegaram a duas conclusões principais. Primeiro, porque os desastres climáticos extremos agravam ainda mais desigualdades já existentes - a de gênero dentre elas. Segundo, porque as mulheres não têm representação suficiente nas negociações climáticas. Com isso, as decisões acabam por não refletir soluções para suas reais necessidades. ABBCtraz mais detalhes.


Um clima mais quente é risco também para animais de estimação
Nem mesmo nossos queridos animais de estimação escapam dos riscos da emergência climática. Estudo da Nottingham Trent University (NTU) sobre cinco anos de dados de uma rede de veterinários do Reino Unido revelou que cães, gatos, porquinhos-da-índia e coelhos correm cada vez mais risco de doenças cardíacas devido ao aquecimento global.
Como explicou a pesquisadora e veterinária Emily Hall àBBC, "as doenças relacionadas ao calor podem afetar todos os animais de estimação e provavelmente se tornarão mais comuns à medida que as temperaturas globais aumentarem".
Os pesquisadores estimam que os casos continuarão a aumentar à medida que enfrentamos um clima mais quente e, por isso, recomendam que os tutores revisem seus hábitos de passeio e o alojamento de seus animais para evitar que sofram insolação, especialmente nos meses mais quentes do ano. Atenção tutores de cães braquicefálicos - aqueles com cara achatada, como buldogues: estes estão sob risco maior.
O estudo, que também envolveu a Universidade de Liverpool, foi publicado noOpen Veterinary Journale repercutido porGuardian,IndependenteDaily Mail.



Como a América Latina tornou-se "lixão" da cadeia global de resíduos
A América Latina se tornou o lixão de países como os Estados Unidos. Desde 2018, os níveis de exportação de resíduos plásticos do país para a nossa região aumentaram consideravelmente.
De acordo com dados da organização ambientalista sediada na Califórnia Last Beach Cleanup, publicados naBBC, até outubro do ano passado, os EUA haviam enviado mais de 89 mil toneladas de resíduos plásticos para os países da região, alguns dos quais receberam o dobro do que em 2020.
Por causa desse perigo iminente de contaminação da natureza e violação dos direitos das comunidades, a plataforma ambiental Gaia - que reúne 130 organizações da América Latina e do Caribe - publicou um comunicado exigindo que os governos da região atuem no que consideram uma emergência.
Os impactos questionáveis do fast fashion não estão apenas na sua produção de peças com qualidade duvidosa e formas de trabalho precarizadas com recorrentes escândalos de trabalhos análogos à escravidão. Estão também nos seus resíduos. O Fantástico, da Rede Globo, trouxe reportagem sobre o destino de milhões de toneladas de restos de tecido que são um problema para o meio ambiente. Os polos de descarte estão em países da América Latina e África, como o deserto do Atacama, praia em Gana e lixões no Brasil.
Por sua vez, a Coca-Cola - empresa classificada como a maior poluidora global por plásticos pelo quarto ano consecutivo em 2021 pela coalizão global Break Free From Plastic - disse que pretende que 25% de suas embalagens sejam globalmente reutilizáveis ​​até 2030, informou a Reuters. É bom que o faça já que as suas garrafas plásticas descartáveis ​​à base de petróleo entopem os oceanos, entre outros problemas.
Enquanto isso, a nova lei em vigor no nosso vizinho Chile começará a eliminar gradualmente o uso de copos de plástico, canudos, recipientes para viagem, garfos, colheres e facas em restaurantes e outros estabelecimentos de alimentação, registra outro artigo daReuters. A lei faz parte de um esforço mais amplo para aumentar a reciclagem. A pretensão é reduzir em mais de 23 mil toneladas de plásticos por ano.

 


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