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A semana na piauí #209

  questões do aprisionamento digital Braços inteiros, mentes quebradas Um adolescente americano é menos propenso a fraturar os ossos que alguém de sua idade quinze anos atrás. Embora possa parecer bom, isso indica que eles estão mais isolados, grudados no celular. Leia  aqui TANIA MENAI anais do cala-boca Assédio judicial contra jornalistas se agrava no Brasil Há 654 ações em curso contra jornalistas que podem ser caracterizadas como assédio judicial, segundo levantamento da Abraji. O Brasil está entre os países que mais hostilizam profissionais da imprensa na Justiça. Confira  aqui . ALLAN DE ABREU questões de vida e morte Por um último e sereno suspiro A  edição de abril  da  piauí  conta como  Ana Claudia Arantes se tornou uma das principais vozes em defesa dos cuidados paliativos  no Brasil. Seu trabalho é esclarecer como se pode vivenciar a morte da maneira mais confortável e digna possível. ANGÉLICA SANTA CRUZ anais do futebol O homem que descobriu Endrick. Pelo WhatsApp Em 2016,

VISUAL ARTV -Baró Galeria - Experimentação e Visualidade na Poesia Até 22 de outubro de 2016










o poema visual e as experimentações na linguagem


Os poetas de vanguarda abriram novas veredas para a poesia, fazendo valer para o poema a sua visualidade e dinâmica, como queria Mallarmé. Em 1956 no Brasil, 60 anos atrás, era lançada a Poesia Concreta. O poeta percebeu a importância de outros signos além da palavra. A linguagem verbal não se tornou indispensável, mas a rapidez da informação e da comunicação no mundo da atualidade rompeu com os sistemas lineares. Depois do movimento da Poesia Concreta, liderados pelos irmãos Campos (Augusto e Haroldo) e Décio Pignatari e de alguns outros movimentos como o neo-concretismo e o práxis surge o poema/processo que leva à radicalização total a visualização: a palavra some do poema, ficando apenas os sinais.

Ao poeta compete a invenção de novas grafias, novos códigos que superar a ordem alfabética, propor novas leituras como estratégia para adulterar o autoritarismo da linguagem. Sem excluir outras possibilidades da palavra, poesia visual se utiliza de recursos gráficos, de tendência geométrica, caligramática ou ideogramática.

O poema de processo – diz Wlademir Dias Pino, precursor do movimento (A Ave 1956, Sólida 1966) -, sob esta condição, não está preocupado com o estado poético, como fator de maiores estudos, nem mesmo com a experimentação lingüística; mas tem o propósito de deixar bem claro que essa separação mostra, de maneira indiscutível, que o poema é físico – até mesmo total – em sua visualidade gráfica, enquanto que a poesia é puramente abstrata. Tanto assim é que é comum a expressão poesia de arquitetura.
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poemas visuais  -  ALMANDRADE  - década 1970

Em 1972, na Bahia, Almandrade, estudante de Arquitetura, artista plástico, poeta, aparece com seus objetos-poemas na página Gente Jovem pede Passagem do Jornal da Bahia. A grande riqueza visual aliada à semântica da proposta fazem de Almandrade um dos mais criativos operários da linguagem.


O poema pode ter ou não ter palavra (dispensável mas não abandonada), o que interessa é a visualização do projeto, a criação de um processo, isto é, possibilidade de transformação, manuseio, mudança.



A cada nova experiência, o poema inaugura processos informacionais. Essa informação pode ser estética ou não: o importante é que seja funcional e, portanto, consumida. No poema/processo importa a estrutura. Manter uma estrutura em aberto, em constante relacionamento de suas partes, para que o objeto estético seja mostrado por dentro, em seu processo.



O experimentalismo na linguagem não se esgota, enfatizar os aspectos plásticos e estruturais do poema, retirar a primazia da palavra na criação poética passou a ser uma meta dos poemas experimentais. A criação e / ou utilização de novos signos, e a contribuição para o desenvolvimento da comunicação no mundo contemporâneo. A Poesia Visual, enquanto linguagem que se insere em suportes múltiplos, chegou ao novo milênio reinventando-se, diversificando seus suportes e estabelecendo diálogos com as mais diversas modalidades expressivas, no cenário brasileiro e internacional.


A Baró Galeria presta uma homenagem aos 60 anos da Poesia Concreta com esta mostra de poesia visual idealizada por Almandrade, composta de poetas e artistas que vem contribuindo com a experimentação e a visualização da poesia: Arnaldo Antunes, Gastão Debriex, Gil Jorge,  João Bandeira, Júlio Mendonça, Lenora de Barros , Lula Wanderley, André Vallias, Omar Khouri, Paulo Miranda, Regina Vater, Walter Silveira, Tadeu Jungle e Xico Chaves e o próprio Almandrade.
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Experimentação e Visualidade na Poesia

Até  22 de outubro de 2016
Baró Galeria
Galpão

Rua Barra Funda, 216

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