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O Diabo na Rua | Romance do ano

 


O Diabo na Rua – estreia do escritor e jornalista João Lucas Dusi no romance, publicado pela Rua do Sabão – oferece um mergulho sincero, complexo, na insanidade do que é existir – sem mocinhos nem vilões, sem maniqueísmo, e sim apresentando as diferentes facetas (qualidades, defeitos) do que é ser uma pessoa (de carne e osso, não messiânica) por meio de Pingo, o anti-herói da história, sujeito tão inseguro quanto drogado (de pó) em busca de uma espécie torta de redenção. Compre aqui.

Se preferir, para ter um exemplar autografado e contribuir diretamente com o autor, escreva para joaodusi@gmail.com ou entre em contato pelo Instagram @madamepsicose

João Lucas Dusi e a capa de seu romance de estreia. Foto: Cris Nienkotter

Na história, após ganhar um importante prêmio literário de Portugal, Pingo decide que é hora de abandonar as ilusões da sobriedade e abraçar, uma vez mais, o caos – onde se sente em casa, com o nariz cheio de pó e curiosas ideias de diversão. Um certo humor doentio, combinado com enxurradas de referências à cultura pop e à literatura, são as marcas mais fortes deste romance de estreia – com orelha assinada por Bruno Ribeiro, autor de “Porco de raça”. “Costurado com um cordão umbilical, a prosa de Dusi chega – como um trem desgovernado prestes a bater em um castelo de cartas marcadas – para mostrar que não é possível fazer literatura sem coragem e risco: dois fantasmas que o autor assume como seus e os incorpora na sua mesa trincada como um médium dando braçadas nas erupções do Kilauea – o vulcão mais ativo do mundo”, analisa Ribeiro.

A prostituta transexual Melissa, fã de Guimarães Rosa e Shakespeare, e as lembranças de Maria, ex-namorada do protagonista, povoam as páginas da narrativa de estreia de Dusi. A prosa frenética, calcada na intertextualidade e com fortes marcas de oralidade, espelha o interior de um personagem insuportavelmente cheio de si. De alguém que, traumatizado, busca redenção nos piores lugares possíveis – com destaque para as ricas descrições de cenários curitibanos e algumas muitas incursões por rincões oníricos.

É difícil separar a realidade de uma espécie de derretimento mental de Pingo, um sujeito estranhamente cativante: tão arrogante quanto frágil; misantropo desesperado por atenção; odiador nato que sofre por um amor perdido. O tom da escrita, entre reflexões filosóficas, saudades honestas e arroubos histéricos, parece espelhar a complexidade de um verdadeiro anti-herói, aquele que se arrasta pela vida remoendo o que parecem ser, em sua cabeça encharcada de autopiedade, problemas incontornáveis.

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