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VISUAL-ARTV - INTERCÂMBIOS NA GALERIAS PILAR E GALERIA CHRISTINGER DE MAYO DE ZURIQUE




Relações artísticas entre Brasil e Suíça são temas de exposições e intercâmbios nas galerias Pilar e Galeria Christinger de Mayo de Zurique

 
“Christopher and Cecilia” (2014), de Clare Goodwin e New Music Media n.2 in Tsumagoi (1976-2011), de Felipe Mujica

Galeria Pilar (São Paulo) e Galeria Christinger de Maio (Zurique) fazem intercâmbio investigativo de relações artísticas entre Brasil e Suíça.

A Galeria Pilar tem o prazer de apresentar, a partir de 10 de maio de 2014, a exposição “The New International”, que traz ao Brasil obras de seis artistas internacionais representados pela galeria suíça Christinger de Maio. A mostra, que ocupa todo o espaço expostivo da Pilar, é a primeira parte de um intercâmbio investigativo de relações artísticas entre Brasil e Suíça. Em novembro é a vez da Pilar ocupar a sede da Christinger de Maio, em Zurique, com seus artistas representados.

Esta exposição tenta construir uma ponte, não só mostrando partidos artísticos de uma galeria no espaço da outra, mas investigando as possíveis interconexões entre elas. A influência e o legado do pós-modernismo, no qual Mira Schendel (1919-1988) e a cultura internacional são o ponto central da exposição. A mostra traça paralelos sobre produção, materiais e questões filosóficas entre a obra da suíça naturalizada brasileira e dos artistas Justin Hibbs (Inglaterra), Johanna Unzueta’s (Chile), Felipe Mujica (Chile), Monica Usrina Jäger’s (Suíça), Clare Goodwin (Inglaterra) e Michael Günzburger (Suíça).

Mesmo sendo países muito distantes em diversos sentidos, existem linhas históricas e culturais sendo sendo reexaminadas por artistas nos dois ambientes. A história errante de Mira Schendel, os cinco volumes de escritos pelo naturalista e embaixador suíço Johann Jakob von Tschudi (1818-1889) sobre o Brasil e a leva de emigrantes que vieram em massa para nossas terras no final dos século 19 e após a II Guerra Mundial, são fatos que marcam o desejo de entender, adaptar e encontrar um ponto de vista para enfrentar nossas incertezas globais atuais. A nostalgia e o interesse artístico de ambos os lados, ironizam o consumo como nossa força motriz e pressionam por mudanças e descontruções através de produções artística que reexaminam possibilidades perdidas e promessas não cumpridas de sonhos coletivos.

Sobre os artistas participantes


A obra de Justin Hibbs (*1971, Inglaterra) é uma investigação sobre a natureza da percepção espacial e sua representação em duas e em três dimensões. Ela se inspira no rico patrimônio de informações invisíveis codificado em estruturas arquitetônicas como agendas sociais, políticas ou estéticas. Com um senso de percepção em constante mudança, o trabalho opera no espaço intersticial (ou espaço entre uma coisa e outra), buscando estabelecer relações entre as noções reais e idealizadas de espaço.

As esculturas de feltro de Johanna Unzueta (*1974, Chile) se inspiram em conceitos históricos de arte encontrados nas propriedades quase mágicas de materiais para transformação e em sua história familiar, em que fazer coisas com as mãos e com tempo era uma espécie de desafio a eventos da história chilena que foram profundamente inquietantes.

Felipe Mujica (*1974, Chile) está repensando as diferentes metodologias do modernismo e propondo novas ideias para concluir um movimento que não foi capaz de cumprir suas promessas.


A prática de Monica Usrina Jäger (*1974, Suíça) se centra na acumulação de formas e estruturas criadas pelo processo de desenhos em camadas, em que múltiplas linguagens, como a diagramática, o plano arquitetônico, abstração e representação colidem para confundir as relações espaciais.

Clare Goodwin (*1973, Inglaterra). Suas pinturas e instalações têm como fonte uma rica tradição suíça e latino-americana de construtivismo, mas se inspiram em amigos, suas vidas e seus sonhos, e não por ideias de mudança social e revolução de classes. Suas pinturas jogam sutilmente com aspectos femininos e masculinos e suas representações e clichês, subvertendo nossas ideias sobre o tema ao utilizar uma abordagem aparentemente abstrata.


Michael Günzburger (*1974, Suíça) explora a natureza dos desenhos, utilizando-os como um ensaio, experimentando com diferentes níveis de materialização. Volume e espacialidade são criados pelo uso de diferentes papéis e camadas, desenhos de linhas e cores.

Serviço:
Exposição: The New International
Abertura: 10 de maio de 2014, das 11h às 17h
Período expositivo: 13/05/14 a 14/06/14
Livre/Entrada Franca
-
GALERIA PILAR
Santa Cecília: r. Barão de Tatuí, 389, tel. (11) 3661-7119.
Ter. a sex., 11h/19h; sáb., 11h/17h. www.galeriapilar.com



Obrigado,

Tiago Santos
TREMMA COMUNICAÇÃO
Alameda Eduardo Prado, 723, c. 13
Tel. (11) 2679-6721 | 98489-8228.

The New International – 06 artistas da Galeria Christinger de Maio (CH) na Galeria Pilar (BR)


Quando Myrrha Dagmar Dub nasceu em Zurique, em 1919, nada em sua educação sugeriria que ela estudaria filosofia em Milão ou que morreria em 1988 em São Paulo com o nome de Mira Schendel. Sua história de vida errante (ela também morou em Sarajevo e Roma), tão típica do século 20, é só uma pequena peça do mosaico que retrata as relações entre a Suíça e o Brasil.

Começando com os 5 volumes de Johann Jakob von Tschudi (1818-1889) sobre o Brasil, a Suíça se apaixonou pela ideia do Brasil e os primeiros emigrantes partiram em massa no final do século 19. O auge da história de amor foi após a II Guerra Mundial, com um agudo interesse artístico de ambos os lados por tudo o que fosse concreto e construtivista, que terminou quando os militares tomaram o poder em 1964.

As certezas do século 20 desapareceram. Como a primeira década do século 21 mostrou, preferimos a dúvida, a ironia e uma inteligência distanciada. À luz das tragédias mundiais que o século passado produziu, esse pode ser não só um desenvolvimento natural, mas uma virada para melhor.

A nostalgia reina, como percebemos, e, como consequência, perdemos nossa capacidade de sonhar coletivamente. Os sonhos coletivos dos jovens nos anos 1920 eram dirigidos e compartilhados entre a Suíça, o Brasil, a Inglaterra e o Chile (por exemplo).

Embora lamentemos esses fatos, vemos que artistas em todos os lugares estão criando uma nova prática. É impactante que depois de pressionar por uma nova revolução (e fracassar gloriosamente), desconstruir tudo ao alcance e, por fim, ironizar o consumo como nossa força motriz, os artistas estejam reexaminando as possibilidades perdidas e as promessas não cumpridas que surgiram nos anos 1920 e continuaram até bem avançado o século 20.

Não por nostalgia, não; talvez por um desejo de entender, adaptar e encontrar um ponto de vista preciso com o qual enfrentar nossas incertezas globais. A prática da arte baseada na pesquisa não é nenhuma novidade, mas o foco mudou, já que a informação pura se tornou disponível num clique, o que a faz internacional muito depressa.

O “intercâmbio de galerias”entre a Christinger De Mayo (Zurique, Suíça) e a Pilar (São Paulo, Brasil) se baseia nessas premissas. Tentando construir uma ponte, nós não só mostramos partidos artísticos de uma galeria no espaço da outra, mas investigamos as possíveis interconexões entre elas.

Brasil e Suíça são países muito diferentes, e mesmo assim parece haver muitas linhas na história e na cultura sendo reexaminadas por artistas nos dois ambientes. A influência e o legado de Mira Schendel (como um ponto focal) podem ser sentidos em ambos os lados do oceano.




A obra de Justin Hibbs (*1971, Inglaterra) é uma investigação sobre a natureza da percepção espacial e sua representação em duas e em três dimensões. Ela se inspira no rico patrimônio de informações invisíveis codificado em estruturas arquitetônicas como agendas sociais, políticas ou estéticas. Com um senso de percepção em constante mudança, o trabalho opera no espaço intersticial (ou espaço entre uma coisa e outra), buscando estabelecer relações entre as noções reais e idealizadas de espaço.

As esculturas de feltro de Johanna Unzueta (*1974, Chile) se inspiram em conceitos históricos de arte encontrados nas propriedades quase mágicas de materiais para transformação e em sua história familiar, em que fazer coisas com as mãos e com tempo era uma espécie de desafio a eventos da história chilena que foram profundamente inquietantes.

Felipe Mujica (*1974, Chile) está repensando as diferentes metodologias do modernismo e propondo novas ideias para concluir um movimento que não foi capaz de cumprir suas promessas.

A prática de Monica Usrina Jäger (*1974, Suíça) se centra na acumulação de formas e estruturas criadas pelo processo de desenhos em camadas, em que múltiplas linguagens, como a diagramática, o plano arquitetônico, abstração e representação colidem para confundir as relações espaciais.

Clare Goodwin (*1973, Inglaterra) se mudou há um bom tempo para a Suíça, onde continua sua prática artística. Suas pinturas e instalações têm como fonte uma rica tradição suíça e latino-americana de construtivismo, mas se inspiram em amigos, suas vidas e seus sonhos, e não por ideias de mudança social e revolução de classes. Suas pinturas jogam sutilmente com aspectos femininos e masculinos e suas representações e clichês, subvertendo nossas ideias sobre o tema ao utilizar uma abordagem aparentemente abstrata.

Michael Günzburger (*1974, Suíça) explora a natureza dos desenhos, utilizando-os como um ensaio, experimentando com diferentes níveis de materialização. Volume e espacialidade são criados pelo uso de diferentes papéis e camadas, desenhos de linhas e cores.











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