“um discurso sobre o homem em seu vasto vasto mundo, solitário e encurralado em seus próprios desejos e fantasias.” - Renato Rezende
O título da exposição, Glossário dos Nomes Próprios, vem da maior pintura em óleo sobre tela já realizada pelo artista e que está presente na mostra. Ela revela uma longa lista de nomes masculinos desde Adão, passando por vários personagens históricos, até nomes contemporâneos do próprio percurso do autor. É uma complexa narrativa que cruza memória e imaginação, flerta com a literatura (Os Lusíadas) e testemunha acontecimentos dos cinquenta anos da vida de um homem.
Tendo o gênero masculino como foco principal e associando desejo, história e geografia, o ponto de partida da exposição é um antigo porta jóias de madeira proveniente da Europa Central que tem sobre a tampa o entalhe de um bebê tocando o próprio pênis e foi adquirida pelo artista em 2011 em um antiquário de Belém do Pará.
O corpo principal da mostra contém trinta desenhos em nanquim sobre papel de arroz feitos após uma viagem do artista à China em 2013. Desenhos estes que se aproximam do modo de fazer da tradicional pintura chinesa, observada pelo artista durante sua viagem, na forma como ela ainda é praticada pelos monges nos templos que visitou. Os destaques são “As Ilhas”, sete desenhos de 70 x 150 cm, que representam 25 náufragos, arquétipos do próprio artista, um para cada ilha da Baía de Guanabara.
Acompanha a exposição uma cenografia criada pelo arquiteto Rogério Marcondes Machado, que reconstrói no espaço real as pedras e a água da Baía de Guanabara e dentro do qual o visitante se torna protagonista.
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