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A semana na piauí #209

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WEB TV VISUAL ARTV - GALERIA JAQUELINE MARTINS



 
 
 
Lais Myrrha
e
Camila Sposati
Aberturas: terça-feira, 11 de agosto de 2015, das 18h às 22h
Galeria Jaqueline Martins
 

A Galeria Jaqueline Martins inaugura em 11 de agosto de 2015, a partir das 18h, a primeira individual da mineira Lais Myrrha na galeria. Através de vídeos, instalações e uma obra sonora, a artista questiona a ausência de memória contemporânea com obras que permeiam um caminho entre o esquecimento e o efêmero.
Ela baseia-se em textos de pensadores do século XX para iluminar veredas entre escombros acumulados ao longo da primeira metade de um século tão destrutivo quanto apaixonado pelas promessas de progresso, herdando uma parcela desse intenso, amargo e catártico legado. Os textos são “O caráter destrutivo” (1931), de Walter Benjamin, “Na Europa, a Casa do Homem Ruiu” (1947), de Lina Bo Bardi, ou comentário de Claude Lévi-Strauss sobre as cidades modernas, em “Tristes Trópicos” (1955), ou ainda o perfil do homem absurdo de Albert Camus, em “O Mito de Sísifo” (1942), ou até o olhar em retrospectiva com que W. G. Sebald, caracteriza o imaginário de sua geração em “Guerra aérea e literatura” (1997).
Lais Myrrha  não repete nostalgicamente aquelas lições, mas, quase literalmente, faz dela sua ambiência, sua trilha sonora projetada desde o passado. Os primeiros dois textos citados constituem o script da obra sonora “Lado B”. São, na verdade, dois lados b, em um ouve-se uma leitura de Bo Bardi, no outro a de Benjamin.
Outra obra que evidencia o caráter complexo da presença fantasmática dessas referências na exposição é o vídeo “O instante interminável”, montagem de reproduções de fotografias reproduzidas em jornais , explosões – fogo e fumaça . A passagem entre detalhes em diferentes graus de ampliação, em loop, o vídeo entrega o que promete em seu título ao transformar o próprio instante da explosão em um ciclo sem começo nem fim. É uma alegoria do caráter destrutivo. Imagens que, no cotidiano, são consumidas diariamente e viram “notícia velha”, são neste caso guardadas, ampliadas e colocadas em continuidade. Por valer-se de tal matéria-prima, a existência do vídeo decorre do estado de crise permanente que o século XXI tem mantido como uma de suas assinaturas. 
A obra “Dois quartos”, um aglomerado de entulho retirado de um mesmo cômodo destroçado por uma das tantas empresas de demolição revela uma ínfima amostra do peso da obsolescência acelerada nas grandes cidades, que destrói seu tecido com a mesma agilidade com que lança novos empreendimentos. Nessa instalação a artista separa, fossiliza e indiferencia fragmentos urbanos que seriam de outra forma levados para longe de nossos olhos, para algum dos inúmeros redutos das excrescências da metrópole.
Os esforços de Myrrha enfatizam noções como duração, opacidade e persistência. Por envolver certa resistência à patológica ausência de memória contemporânea, seu trabalho poderia vir a ser aproximado à justificativa das associações de ideias que os monumentos trazem em suas relações com a sociedade – lembretes de algo que tenderia ao esquecimento. 
É justamente aí que reside a distinção irredutível dos momentos que contextualizaram os textos citados acima e o tempo em que vivemos e que é atravessado pelo trabalho de Lais Myrrha. O que a civilização do começo do século XX testemunhou como laceração na própria carne foi a aceleração violenta da História atual.



Projeto curatorial glory hole exibe vídeo de Camila Sposati
A segunda temporada de exposições do projeto glory hole é curada por Gisela Domschke. Na primeira ocupação, a artista Camila Sposati apresenta o vídeo “Darvaza”, realizado nos vulcões do Uzbequistão, em 2012. 
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SERVIÇO:
Lais Myrrha | O instante Interminável
Camila Sposati | Beleza Ainda Vital
Abertura: 11 de agosto de 2015, às 18h
Período expositivo: de 12 de agosto a 19 de setembro de 2015
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@ Galeria jaqueline Martins
Pinheiros: r. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 74, tel. (11) 2628-1943. Seg. a sex., 10h/19h; sáb., 12h/17h. 

 
 
 

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