Itinerários, itinerâncias. 32º
Panorama da arte brasileira
15 OUT - 18 DEZ
Grande Sala e Sala Paulo Figueiredo
Panorama da Arte Brasileira 2011 coloca em debate o tema Itinerários,
itinerâncias com curadoria de Cauê Alves e Cristiana Tejo
Abertura acontece no dia 15 de outubro (sábado), a partir das 18h30
Seminário nos dias 2 e 3 de dezembro e mostra de cinema complementam a
programação
O Museu de Arte Moderna de São Paulo abre no dia 15 de outubro de 2011, às 18h, o
Panorama da Arte Brasileira 2011. Com curadoria de Cauê Alves e Cristiana Tejo, a 32ª edição
da mostra bienal do MAM-SP tem como tema Itinerários, itinerâncias e traz cerca de 40 artistas
de diversas partes do país, além de alguns estrangeiros com maior ou menor inserção no
cenário da nacional. Além disso, um seminário nos dias 2 e 3 de dezembro (veja programação
abaixo) e uma mostra de cinema e arte (títulos a definir) complementam a programação.
A ideia de Itinerários, itinerâncias surge da percepção dos curadores Cauê Alves e
Cristiana Tejo de alguns aspectos da realidade artística de hoje, relativos ao tempo e aos
deslocamentos implícitos nesse meio, não só no Brasil, mas no mundo todo. Com a globalização
e a volatilização das fronteiras, os artistas viajam cada vez mais para participar de exposições e
residências e em alguns casos passam mais tempo em trânsito do que nas cidades em que
vivem. E o mapeamento geográfico da arte deixa de fazer sentido à medida em que seus
agentes estão sempre em trânsito ou conectados entre si pelos meios de comunicação que
eliminam distâncias.
Essa constante circulação cria realidades temporais distintas. Em uma primeira instância,
há uma urgência na busca de resultados em residências e estadias que podem ser de curtíssima
duração, como uma semana ou um mês, e os prazos de entrega e de montagem dentro de um
calendário internacional de exposições cada vez mais atribulado. Paralelamente, há o tempo em
que vai se construindo a obra de um artista, seu processo de trabalho ao longo dos anos e as
influências que ele sofre por esses deslocamentos.
Que tipo de arte é gerada na situação atual? O Panorama 2011 pretende ser uma
plataforma de debate e análise sobre o que perdura e torna-se produto final em contraponto à
velocidade e quantidade de processos e realizações, e de deslocamentos que têm muitas vezes
por objetivo a criação de uma obra dentro de determinado contexto, artificial na medida em que
não é o ateliê nem a cidade onde vive o artista. As obras selecionadas trazem em si
características duais como impermanência e perenidade, presença e ausência, formalização e
improviso.
Dessa forma, a exposição não ocupará o museu apenas no âmbito dos espaços de
exibição, mas de forma abrangente, explorando a estrutura do museu como um todo, seja a biblioteca, seja o Educativo, fazendo com que o próprio MAM-SP seja um espaço de
entrecruzamentos e conexões.
SEMINÁRIO DECANTAÇÕES
2/12 às 11h
Residências
Participantes: Helmut Batista (RJ), Rodrigo Moura (MG) e Cadu (RJ)
A mesa Residências irá discutir os modelos e a proliferação das residências artísticas nas
instituições de arte. A proposta central é pensar os itinerários e itinerâncias pelo mundo que as
residências proporcionam, as redes que se formam a partir dos programas existentes e fazer
uma breve análise dos resultados e reflexos disso na arte contemporânea.
2/12, às 15h
Derivas
Participantes: Suely Rolnik (SP), Santiago Navarro (ARG) e Areal (RS)
Um dos objetivos da mesa Derivas é refletir sobre o estado de trânsito e as viagens cada vez
mais constantes realizadas por artistas pelo país e ao redor do mundo, seja como proposição
artística seja por exigência do circuito. Vivendo num tempo cada vez mais acelerado, é
recorrente a comparação entre artistas, nômades e turistas.
3/12, às 11h
Cinema de artista
Participante: Raquel Garbelotti
A proposição da artista é dar continuidade ao debate que a artista tem promovido sobre os
trânsitos entre videoarte, videoinstalação e cinema. Seu trabalho é um seminário, no qual ela
apresentará parte de sua pesquisa de doutorado sobre o assunto e, ao lado de especialistas,
discute sobre o filme-ensaio e o documental-documentário.
3/12 às 15h
Outros espaços da arte
Participantes: Vitor Cesar (SP), Regina Melim (SC) e Michel Zózimo (RS)
A discussão da mesa Outros Espaços da Arte irá girar em torno do deslocamento das artes
visuais e seus vínculos com os diversos campos com as quais elas se relacionam. Os trânsitos
entre arte, design gráfico, livros, bem como a constituição do espaço público que essa itinerância
pressupõe estão entre os temas abordados.
ARTISTAS E OBRAS – CARTA DE NAVEGAÇÃO PELA EXPOSIÇÃO
Recepção
Jorge Menna Barreto
O público do museu é recepcionado por um tapete no qual está escrito “infixidez”. A proposta
materializa a ideia de mediação e tradução verbal da mostra a partir de vários tapetes usados
pelos educadores feitos com híbridos de palavras. Os termos fundidos criam novas
possibilidades de relação com os trabalhos exibidos.
Bruno FariaO artista fez uma parceria com o Setor Educativo do MAM e desenvolveu o serviço de audioguia.
Com a colaboração dos artistas do Panorama, a proposta problematiza a mediação realizada por
serviços pedagógicos de modo geral.
Sala Paulo Figueiredo
Lucia Laguna
A artista apresenta trabalhos da série Entre a Linha Vermelha e a Linha Amarela, pinturas em
óleo sobre tela que remetem à vista de seu ateliê no subúrbio do Rio, onde ela reside.
Marco Paulo Rolla
A instalação Transportes (acidentes) é produzida com caixas de madeira semelhantes às usadas
para o transporte de obras de arte, papel e esculturas de porcelana quebradas. O resultado
remete a um acidente de percurso, em que o valioso objeto é quebrado em seu traslado.
Romano
O artista mostra o projeto Intrasom, composto por sapatos e guarda-chuvas que geram som por
meio dos movimentos de três bailarinos, sendo depois amplificado. As performances ocorrem
diariamente, em horários predeterminados.
Amanda Melo
A artista apresenta parte de sua série sal é mar. Desde 2008, ela percorre todo o litoral brasileiro
para desenhar paisagens dentro do mar. Os desenhos com lápis aquarelado são alterados pelo
respingo da água e pelo movimento de seu corpo levado pelas ondas, criando um efeito disforme
e dinâmico.
Oriana Duarte
Desde 2008, a artista percorre rios e mares do Brasil remando. Insere-se na comunidade de
remo local e filma suas travessias por diferentes câmeras e ângulos. Sua itinerância se deu em
Belém, Recife, Porto Alegre, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outras cidades.
Alberto Bitar
Os vídeos mostram o vazio de um apartamento e os vestígios deixados em quartos de hotel logo
após a saída dos hóspedes. O hotel, lugar de passagem e de fluxo constante, se contrapõe ao
apartamento, residência fixa e de longo prazo, campo da permanência.
Cildo Meireles
O trabalho Arte física: cordões/ 30 km de linha estendidos (1969) é registro e vestígio de ação
em que o artista estende e recolhe um fio ao longo do litoral do estado do Rio de Janeiro.
Marcelo Coutinho
O artista cria palavras que, juntas, formam uma paródia de dicionário. Arra, uma das palavras de
seu dicionário burlesco, é concretizada em performances de limite físico e extrato poético nas
estações de trem de Pernambuco, denotando a falência do projeto ferroviário brasileiro.
Ducha
A noção de deslocamento e de viagem é inerente à produção do artista, que apresenta a
documentação de uma viagem pela Estrada Real. Com a ajuda de um animal de carga, ele percorreu a pé os mais de quatrocentos quilômetros que separam Mariana, MG, do Rio de
Janeiro.
Sara Ramo
A artista se apropria de elementos e cenas do cotidiano, deslocando-os de seus lugares de
origem e rearranjando-os em vídeos, fotografias, colagens, esculturas e instalações. O vídeo
Translado (2008) é metáfora do nomadismo contemporâneo.
Lourival Cuquinha
Jack Pound Financial Art Project (topografia suada de Londres parte 1) é o primeiro da série de
financial art projects iniciada em 2008: uma bandeira inglesa com mil libras costuradas, vendida
em leilão com retorno financeiro a investidores que haviam adquirido ações para financiar a obra.
Parte do dinheiro foi conseguido com o trabalho de motorista de rickshaw (charrete levada por
uma bicicleta).
Auditório
Letícia Cardoso
A artista reconstitui o percurso do filme Paris, Texas de Wim Wenders (1984) e registra o trajeto
com câmera fotográfica e filmadora de celular. O resultado é um vídeo de 23 minutos
apresentado em sessões no auditório do MAM.
Sala Grande
Jorge Menna Barreto
O artista montou no espaço expositivo um café educativo para o público descansar, consultar
material sobre os artistas e conversar sobre a mostra com mediadores que servem café.
Capacete
O projeto Road é uma tentativa de gerar condições ideais para a reflexão de projetos
contemporâneos. Esta edição do projeto é executada por oito gestores de espaços
independentes da América Latina, que trouxeram cem livros representativos de seus países de
origem. O arquivo gera uma espécie de continuidade da biblioteca do museu.
Breno Silva e Louise Ganz
Lotes vagos é um projeto de Louise Ganz em colaboração com Breno Silva que consiste numa
ação coletiva de artistas e arquitetos para transformar lotes de propriedade privada em espaços
públicos temporários. Na exposição, os artistas mostram pôsteres, vídeo de apresentação e
divulgação de kits móveis de ocupação de lotes que podem ser emprestados aos visitantes da
mostra.
Cadu
O artista apresenta trabalho que aborda processos, movimentos e trânsito entre visualidade e
sonoridade. Uma partitura musical é tocada por trens elétricos e seus vagões a partir do impacto
de hastes em garrafas, jarros, copos e outros utensílios que são dispostos ao longo dos trilhos
do trem. Pedro Motta
O fotógrafo mostra a série Arquipélago #2, uma coleção aberta de imagens em que a ampliação
e alargamento das rodovias são abordadas a partir de estruturas inusitadas, vestígios do
trabalho de escavadeiras e caminhões.
Rodrigo Bivar
Suas pinturas são frutos de viagens e de um olhar que se intriga com o que vê. A postura do
artista é a de quem está num estágio anterior ao do habitante de um lugar, já acostumado com a
banalidade da vida local.
Jarbas Lopes
O projeto Cicloviaérea existe desde 2003 e trata de questões como mobilidade, sustentabilidade
e harmonia entre corpo e máquina. A maquete apresentada é uma espécie de protótipo de uma
ciclovia aérea que possibilite novos trânsitos pela cidade de São Paulo.
Raphaël Grisey
Vivendo entre Paris e Berlim, o artista realizou diversas residências no Brasil. Ele exibe o vídeo
Minhocão, em que um carro com um grande sistema de som transmite um texto de Affonso
Eduardo Reidy sobre seus preceitos da arquitetura moderna.
GIA
O Grupo de Interferência Ambiental apresenta um vídeo em que a noção de deslocamento
aparece como pano de fundo. A ação consiste em facilitar o acesso ao transporte público com a
ajuda de um banquinho, ao som de uma trilha sonora composta pelo grupo.
Wagner Malta Tavares
O trabalho apresentado é um contraponto ao trânsito frenético, aos itinerários e itinerâncias pelo
mundo. De uma cadeira, elemento associado ao descanso e à espera, brota uma vela de barco,
signo das viagens e rotas marítimas. No espaço expositivo, a vela murcha diz muito sobre a
impossibilidade real do deslocamento.
Héctor Zamora
O artista mexicano radicado em São Paulo mostra Crisis de credibilidad, uma rosa dos ventos
elaborada com ventiladores e birutas, sinais de navegação bastante incertos. A estrela que
facilitaria o deslocamento torna-se ambígua e contraditória, indicando fluxos intensos e em
múltiplos sentidos.
Jonathas de Andrade
O artista mostra o trabalho inédito HoyAyer, fruto de uma bolsa de pesquisa pela América do Sul.
A montagem sobre uma sequência de 24 fotos de um sol que não se põe, feita pelo suíço Emil
Schultess, com uma seleção dos trechos escritos do livro Chile Ayer Hoy (Santiago: Editorial
Nacional Gabriela Mistral, 1975), evoca uma memória latente do passado político do continente.
Gaio Matos
O artista mostra fotos de placas realizadas durante uma residência artística em Paris. As
palavras e informações sobre caminhos e rotas, a própria sinalização, foram apagadas.
Retirando a função primordial de guia e localização, as placas são reforçadas como elementos
indeterminados e coloridos.Nicolás Robbio
O artista apresenta uma espécie de diário de recordações de viagens. Em envelopes, símbolo do
fluxo e troca de informações via correio, ele insere elementos gráficos que podem ser vistos
contra a luz.
Pablo Lobato
Com invasões a torres de igrejas do norte de Minas Gerais, o músico Djalma Corrêa reativa
sinos, silenciados por outras marcações de tempo, percutindo-os em suas frequências
específicas.
Paula Sampaio
Desde 1992, a fotógrafa documenta a vida dos moradores de estradas como a Transamazônica,
símbolo do projeto moderno de integração nacional e que se tornou ruína antes mesmo de
inaugurar. A artista acumulou ao longo dos anos histórias sobre as itinerâncias dos habitantes e
do próprio país.
André Severo e Maria Helena Bernardes
O projeto Areal concretiza-se no Panorama com um filme aberto e em processo. Todas as
leituras dramáticas e cada um dos ensaios e movimentos de um texto são apresentados ao
público. Além da participação no seminário Decantações, estão disponíveis na biblioteca do
MAM, como parte do trabalho, publicações do projeto feitas nos últimos dez anos.
Sara Ramo
Em Planos móveis (2008), a câmera estática mostra uma piscina e suas raias mexendo-se
suavemente da posição retilínea para a curva, uma clara alusão às incertezas que povoam a
vida contemporânea.
Ricardo Basbaum
O projeto do artista multimídia envolve a compreensão da itinerância a partir de um grande textodiagrama colado nos vidros da fachada do museu. O texto se desloca da escrita para a
linguagem oral, na forma de arquivos de áudio e performance.
Virginia de Medeiros
A artista expõe a instalação sonora Fala dos confins, ambientada numa perua Kombi que já
ganhou até nome: Catarina. Foi com esse veículo que ela percorreu municípios da bacia de
Jacuípe, no sertão da Bahia, recolhendo o repertório oral da população local.
Ateliê Aberto
O projeto Imagens transportadas compreende o comissionamento de três trabalhos adesivados
em caminhões de uma empresa de transporte. Os caminhões partem para suas jornadas a partir
do parque do Ibirapuera. As rotas monitoradas são conhecidas por meio de grafismos coloridos e
abstratos dispostos em um painel na exposição.
Rodrigo Matheus
O artista pontua toda a exposição com elementos encontrados durante o período de montagem
do Panorama. Com materiais de embalagem das obras da mostra, ele constrói arquiteturas
provisórias.Marquise
Chiara Banfi e Kassin
Cânone é parte de uma série de composições que tematizam plantas que morrem após dar fruto
uma única vez. A música será ativada pelos transeuntes da marquise do MAM. Como camadas
que se sobrepõem para formar um sentido, a cada sensor ativado um novo canal de som
emerge, formando ao final do percurso a melodia completa.
Parque
Jarbas Lopes
O artista propõe a construção de uma Cicloviaérea no parque do Ibirapuera dando concretude a
uma reflexão que sai do terreno da utopia e atiça uma discussão necessária sobre a mobilidade
nas grandes cidades do Brasil.
Outras instâncias
Catálogo e sinalização
Detanico Lain
A dupla Angela Detanico e Rafael Lain é responsável pela parte gráfica e sinalização da mostra,
assim como pelo design do catálogo do 32
o
Panorama da Arte Brasileira.
Performance
Jailton Moreira
Na performance Arte é viagem, o artista discorre sobre temáticas caras à arte, que podem ser
observadas nos cotidianos de povos que não compartilham do conceito ocidental de arte. A
performance ocorre ao redor de uma “fogueira” de televisores.
SERVIÇO
Panorama da Arte Brasileira 2011 – Itinerários, itinerâncias (Grande Sala e Sala Paulo
Figueiredo)
Curadoria: Cauê Alves e Cristiana Tejo
Abertura: 15 de outubro de 2011 (sábado), a partir das 18h30
Visitação: 16 de outubro a 18 de dezembro de 2011
Seminário (auditório Lina Bo Bardi – entrada franca):
2/12, às 11h – Residências
2/12 às 15h – Derivas
3/12 às 11h – Cinema de artista
3/12 às 15h – Outros espaços da arte
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3)
tel (11) 5085-1300
Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Ingresso: R$ 5,50Sócios do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada. Aos
domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo o dia
Agendamento gratuito de visitas em grupo pelo tel. 5085-1313 e email educativo@mam.org.br
www.mam.org.br
http://www.facebook.com/MAMoficial
http://www.twitter.com/MAMoficial
http://www.youtube.com/MAMoficial
Estacionamento no local (Zona Azul: R$ 3 por 2h)
Acesso para deficientes
Restaurante/café
Ar condicionado
Mais informações para a imprensa
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