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O HUMOR EMPURRÃO QUE FALTAVA!

VISUAL ARTV - Verniz Galeria é cenário para peça de teatro dirigida por Darson Ribeiro



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Verniz Galeria é cenário para peça
de teatro dirigida por Darson Ribeiro

O Orgulho da Rua Parnell -foto de -3b.jpgVerniz Galeria - projeto de Paulo Bega, Fábio Matheiski e Luciano Tartalia que garimpa, reestaura e recria móveis e objetos de decoração – torna-se cenário para espetáculo inédito no Brasil: O Orgulho da Rua Parnell, do dramaturgo inglês Sebastian Barry, que estreia no dia 14 de janeiro (sábado, às 20h).

A peça, traduzida e dirigida por  Darson Ribeiro, trata da violência contra a mulher em um enredo emocionante e comovente. Monólogos interconectados – interpretados por Alexandre Tigano Claudiane Carvalho – são os relatos minuciosos sobre o resultado caótico de uma relação de amor que foi ceifada por um ato medonho de violência por parte do marido. A encenação, que tem ainda participação especial do garoto Enrico Bezerra (9 anos) como intérprete de uma canção, utiliza a ambientação natural da galeria como cenário e plateia (o público senta-se nos próprios móveis do antiquário, que também podem ser adquiridos).

O Orgulho da Rua Parnell narra 10 anos dessa complicada e também bela história de amor. Em movimentos delicados – quase paralisados – as personagens descrevem entre lágrimas, risos, tesão e orgulho tudo o que os levou à situação atual. São lembranças pesadas e até insanas, mas permeadas de um amor sem igual. A peça revela o grau de perigo, quase sempre perniciosamente velado, que existe na paixão e o estrago que isso pode provocar, caso esse sentimento seja sublimado ou potencializado em substituição às vontades próprias, fazendo do egoísmo uma arma fatal.

Na obra de Barry as limitações e o controle das emoções vêm no formato de prosa, ao mesmo tempo áspera e maciaJoe Brady é um ladrãozinho insignificante que tem o apelido de “homem-meio-dia”. Ele e sua esposa Janet vivem na periferia de Dublin, na Irlanda, e apesar da vida marginalizada mantêm orgulho de seu lifestyle, como ocorre com a maioria das personagens de Sebastian Barry.

No enredo, a derrota que marcou a desmoralizante desclassificação da Irlanda na Copa do Mundo de 1990, na Itália, cobrou seu preço. E parece que para o casal Joe e Janet a cobrança veio com juros altíssimos. O déficit desses dois foi maior do que o da seleção naquela noite. Alguns anos se passaram e agora eles revelam a intimidade de um amor eterno, mas também a ruptura desastrosa do casamento.

O Orgulho da Rua Parnell -divulgação -2b.jpgÉ um início de relação pobre, mas feliz. Ela, mãe aos 16 anos, sofre para criar os três filhos. Ele, apelidado de “midday man”, vive à sombra e água fresca, roubando carros. Eles vão se aturando até que o primogênito Billy morre atropelado por um caminhão de cerveja. Este é talvez o início do fim, não só da relação, mas até mesmo do amor pela Irlanda. Será? Ao voltar para casa, após a quarta de final dos jogos, Joe quase mata a esposa, espancando-a. Desfacelada, ela foge para um abrigo de mulheres, levando as crianças. Apesar da ausência do marido - e pai - ela vai reconstruindo sua vida, enquanto ele se afunda na heroína, nas prisões e sofre com a AIDS.

Segundo o diretor Darson Ribeiro, “O Orgulho Da Rua Parnell se encaixa perfeitamente no contexto teórico e estético de montagens realizadas por ele, como a recente Os Guarda-Chuvas, que discutia a degradação da família culminada com a morte da esposa e mãe, interpretada por Maria Fernanda Cândido”. Ele argumenta que a peça de Barry traz a simplicidade como aliada, respeitando o não naturalismo indicado pelo autor, principalmente na relação interpretativa dos atores. E a direção, então, se apropria da precisão para contar essa trágica história de amor, brincando com o imagético e criando camadas no arquétipo das personagens. “A história é narrada como se ‘esfregássemos’ as situações na cara do espectador. E tudo isso em meio ao acervo da Verniz, uma Galeria que garimpa e recupera mobiliário industrial, localizada no Centro velho de São Paulo, hoje point entre os  descolados”.

Sobre o tema “violência contra a mulher”, o diretor ressalta os altos índices e o número de prisões e de mortes que vêm aumentando em vários países, incluindo o Brasil, culminando no dilaceramento familiar. “A sociedade dá pouca atenção para o fato. O teatro tem a função de alertá-la. Desta forma, o Conselho Estadual de Defesa da Mulher, por meio de sua Presidente Rosmary Correa foi o primeiro a credenciar esse projeto”, comenta Darson.

“Vivemos numa época em que cada vez mais o homem, ainda que inconscientemente, vem tentando contar com seus sentidos. É nesse estado que ele, paradoxalmente, provoca em si atitudes que ultrapassam limites da consciência. Só depois, já com o ato consumado, é que busca a qualquer custo se livrar das armadilhas de seu próprio desejo. Assim, empenha-se desmedidamente em valorizar o que era simples, belo e eficaz: o viver... Quase numa espécie de sublimação. Por esse motivo escolhi a Galeria Verniz - um antiquário que tem a delicadeza de misturar objetos com a força de peças e mobiliário industrial, que vai de encontro à ‘cenografia desmantelada’, e ao mesmo tempo aconchegante, do casal protagonista. As pessoas entram e se sentam em pequenos lounges com poltronas e mesas em ambientes íntimos, podendo inclusive comprar não só as peças onde estão sentadas, mas obras de arte, relíquias, sofás, tapeçarias e vasos.” Finaliza o diretor.

Sebastian Barry e O Orgulho da Rua Parnell

Depois de ter sido interrogado sobre a razão pela qual ainda não tinha escrito uma peça tendo como tema a violência contra a mulher, Barry alegou que vinha insatisfeito com textos sem embocadura para os atores. Mas, no final de 2004, atendendo ao pedido do diretor artístico do Dublin Fishamble Theatre Company, Jim Culleton, trouxe ao papel as lembranças da Copa de 1990, quando vivia em Dublin, na Irlanda, mais particularmente na Rua Parnell. Segundo a pesquisa do autor, após as partidas de futebol, principalmente as derrotadas, os maridos ainda sob uma espécie de “euforia futebolística” chegavam em casa e espancavam violentamente suas esposas. Estas mulheres superlotavam os abrigos femininos.

Assim, com o texto, Barry tenta encontrar a razão de tamanha violência, que ainda impera nos dias de hoje, valendo citar os altos índices do Brasil. Com ou sem futebol. Em 2006, numa de suas aulas de teatro, a inspiração para aprimorar o texto veio com veemência. E, assim, iniciou uma série de trocas de emails com Culleton, o primeiro diretor da peça, retomando “o quão verdadeiro e preciso – ao mesmo tempo misterioso – o teatro pode ser”. Ele completa: “quando você vai ao teatro e vê uma peça qualquer, ainda que simples sobre pais e filhos, ela vai te fazer avaliar o que a vida é de fato, e o quão curta ela é”. Em 2007, com a resposta positiva do público e da crítica no Festival de Teatro de Dublin, Sebastian Barry teve a certeza de que The Pride Of Parnell Street o havia reconectado definitivamente com o palco.

Sobre a Verniz Galeria - https://www.facebook.com/vernizsp

Verniz é o nome do novo projeto de Paulo Bega, Fábio Matheiski e Luciano Tartalia, um galpão com 400m2, localizado na estreita Rua Álvaro de Carvalho, 318, no centro de São Paulo. Verniz reúne “achados” decorativos vindos de pesquisas dos sócios em lugares como família vende tudo, depósitos, leilões, bazares, feiras e beiras de estradas. Fora do circuito de garimpo de móveis e objetos de decoração da cidade, com peças requintadas a objetos de uso industrial, o acervo exposto no galpão é rotativo e não tem restrição de estilo. A Verniz oferece, principalmente a profissionais da área de decoração, serviço de curadoria de garimpo a portas fechadas, com horário marcado. As peças expostas, encontradas em lugares improváveis, podem ser restauradas, reutilizadas ou recriadas. Os móveis e objetos de decoração também são alugados para cenografia. No extenso espaço do galpão é possível observar o contraste entre as peças industriais inacabadas e a conservação dos detalhes em objetos de valor histórico. As peças restauradas estão disponíveis para compra, entre elas, uma farmácia da década de 40. Sob o olhar dos sócios, algumas peças ganham novas formas de uso. Por entre estantes repletas de pequenos objetos, mesas de madeira diversas, luminárias de ferro e grandes poltronas é possível encontrar peças - que normalmente possuem forma tradicional de uso - instaladas de maneira subversiva, como molas de um colchão antigo penduradas na parede. A essência da Verniz, em suas recriações, passa pela exploração,  de diferentes possibilidades de intervenções no contexto natural dos objetos.

Ficha técnica

Texto: Sebastian Barry
Direção, tradução, trilha, cenografia e figurino: Darson Ribeiro
Elenco: Alexandre Tigano (Joe) e Claudiane Carvalho como (Janet)
Participação especial: Enrico Bezerra
Iluminação: Rodrigo Souza
Iluminotécnica: LPL Lighting Designer
Consultoria técnica: Capitão Marcelo Nogueira
Edição/trilha: Lalá Moreira DJ
Fotografia: Eliana Souza
Design: gráfico Iago Sartini
Assessoria de imprensa: Eliane Verbena
Suporte de movimento: Gustavo Torres
Assistente de direção 1: Arnaldo D’Avila
Assistente de direção 2: Camila Carneiro
Auxiliar de produção: Eli Barcellos

Serviço

Espetáculo: O Orgulho da Rua Parnell
Local: Verniz Galeria
Rua Álvaro de Carvalho, 318. Centro/SP.
Estreia: 14 de janeiro de 2017. Sábado, às 20h
Temporada: sábados e segundas (às 20h) e domingos (às 19h) - Até 19/02
Ingressos: R$ 60,00 (meia: 30,00).
Bilheteria: 1h antes das sessões (aceita cheque e dinheiro).
Classificação: 12 anos. Duração: 75 minutos. Gênero: drama. Capacidade: 50 lugares.
Ingresso online: www.sampaingressos.com.br. Reservas: (11) 97655-3687

 Imagens                                                                                                                                                   





Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
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