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Lia Letícia ganha exposição individual no IAC
Na retrospectiva Luzes da Cidade, artista gaúcha radicada no Recife expõe
trabalhos criados entre PE e RS; mostra entra em cartaz na quinta 31/7

A artista gaúcha Lia Letícia se mudou pela primeira vez de Porto Alegre para o Recife no auge do movimento manguebeat. Integrou o agitado coletivo artístico Molusco Lama, que no final dos anos noventa ocupou duas casas na Praia dos Milagres, em Olinda. Foi garçonete na Soparia e no Boratcho, bares que serviram de cenário a muitas noitadas na efervescência cultural do período. E virou artista plástica em Pernambuco.

Lia morou no Recife dos 21 aos 33 anos de idade, e então resolveu fazer o caminho de volta. Viveu em Porto Alegre de novo por mais três anos antes de trocar mais uma vez sua cidade natal pela capital pernambucana. Dessa vez até hoje. Da convivência com as duas cidades,  nasceu uma produção entrecortada por impressões, afetos e questionamentos que tocam temáticas cotidianas como a mobilidade urbana e o espaço humano nas metrópoles.

Em Luzes da Cidade, Recife e Porto Alegre interpretados por Lia Letícia existem lado a lado. É este o recorte da trajetória da artista que poderá  ser visitado durante todo o mês de agosto no IAC/UFPE (Instituto de Arte Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco). Trata-se da terceira mostra individual de Lia (as anteriores aconteceram justamente em Recife e em Porto Alegre). “Esta exposição aposta, através das obras, em um sentimento urbano universal”, explica.

Sala a sala

Não há Vagas - a instalação se relaciona com a dinâmica das novas metrópoles e com o conflito existente entre espaço humano e espaço mecânico. “Levava meu filho a pé pra escola em Porto Alegre, há três quadras da minha casa. No percurso, as calçadas eram perigosas, com inúmeras entradas e saídas de garagem. A série surge desta percepção materna, para em seguida se transformar numa percepção da cidade como um organismo que cria curas e doenças”, observa Lia, que mapeou estacionamentos usando a fotografia analógica. Além de experimentar texturas diversas, o trabalho registra a destruição de inúmeras construções que se tornaram prédios-garagem na cidade, perdendo suas fachadas e sua arquitetura original.

R$ 2,15 é rouboNeste ambiente, a artista reuniu e ampliou pedaços de papel com mensagens impressas que costumam ser distribuídas por pedintes dentro de ônibus e transportes coletivos. Ao transformar esses bilhetes em quadros luminosos, Lia expõe a contradição e a crise de valores presentes nesses pedidos de ajuda, que muitas vezes banalizam e instrumentalizam a miséria. “O título, retirado de pichações na cidade de Recife, flerta com uma certa utopia poética presente em protestos e manifestações políticas”, comenta.  

A mostra fica em cartaz até 29/8 e é gratuita.  Como parte da programação, na sexta 29/8 às acontece um bate-papo aberto ao público com a artista, o Prof. Dr. Eduardo Romero e a produtora Rosa Melo.


SERVIÇO

Exposição Luzes da Cidade (individual da artista Lia Letícia)
Onde: IAC/UFPE (Instituto de Arte Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco. Rua Benfica, 157, Madalena, Recife)
Quando: 1/ a  29/8 (Abertura na quinta 31/7, das 19h às 21h)

Visitação: segunda a sexta, das 9h às 12h/ 14h às 18h
Bate-papo aberto ao público com a artista, o Prof. Dr. Eduardo Romero e a produtora Rosa Melo na sexta 29/8 às 19h
Informações e agendamento de vistas: (81) 32270657

ENTREVISTAS E IMAGENS
Tatiana Diniz
Assessoria de imprensa/RP
55 11 953839717
imprensalialeticia@gmail.com
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