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VISUAL-ARTV - LUCIANA BRITO GALERIA - EXPOSIÇÃO VIVA MARIA - Curadoria de Maria Monteiro

VIVA MARIA  CURADORIA DE MARIA MONTERO


FABIANA DE BARROS E MICHEL FAVRE, GERALDO DE BARROS, GUSTAVO SPERIDIÃO, HÉCTOR ZAMORA, HUDINILSON JR., JORGE MENNA BARRETO, MICHAEL WHITE, MÔNICA NADOR E JAMAC, PABLO LOBATO, PEDRO VICTOR BRANDÃO, RAFAEL RG, REGINA SILVEIRA, RICARDO BASBAUM, ROCHELLE COSTI, THOMAZ FARKAS, TIAGO TEBET, TOBIAS PUTRIH, TRAPLEV E WALDEMARCORDEIRO

DE 7/6 A 26/7


 A EXPOSIÇÃO


Com título tomado de um dos mais impactantes trabalhos de Waldemar Cordeiro, a exposição Viva Maria dialoga de maneira pouco óbvia com o momento presente. Assim como a icônica obra, que exibe em letras garrafais a palavra “canalha”, os trabalhos que Maria Montero selecionou são de um escárnio cortante. Viva Maria! é também o título de um filme de 1965 do francês Louis Malle, em que Jeanne Moreau e Brigitte Bardot por acaso se tornam heroínas de uma revolução farsesca.

Em meio ao verdadeiro suspense quanto aos rumos do cenário social e político do Brasil no momento de realização da Copa do Mundo, a curadora reuniu trabalhos que lançam mão de ironia, ou mesmo de afiado cinismo, para indagar a realidade ou propor utopias.

Se a obra de Waldemar Cordeiro respondia, em 1966, à profunda crise institucional do país (que levou ao golpe militar e à ditadura), pode-se dizer que a curadoria desta Viva Maria se posiciona perante o debochado e provocativo bordão “imagina na Copa”. Longe de qualquer tese cristalizada sobre os acontecimentos, a seleção de trabalhos reflete a própria complexidade e indefinição do momento atual. Nas palavras da curadora, o conjunto pode ser lido como um “reflexo do espírito brasileiro, desgosto e esperança convivendo juntos e um senso de humor aguçado para driblar a situação”.

A obra Viva Maria de Waldemar Cordeiro – ironicamente – não compõe a exposição, mas é a provocação inicial da curadoria que inclui trabalhos de artistas brasileiros e dois estrangeiros.  Além da presença literal do futebol em obras de Geraldo de Barros, a mostra propõe gerar ruídos em meio ao debate corrente, como no trabalho de Traplev, que instaura a galeria como espaço para um Novo Protesto (título de sua obra, apresentada na fachada do local). Já o mexicano Héctor Zamora sugere uma espécie de utopia, fator reiterado pelo fato de o trabalho ser um projeto não integrado à 27ª Bienal de São Paulo por algumas inviabilidades.

As mais diferentes formas de deboche ou ambiguidade surgem na exposição: desde obras pouco vistas do início da década de 70 de Regina Silveira até as sutis provocações do eslovaco Tobias Putrih em obras sobre jornal; ou então nos fragmentos narrativos de Fabiana de Barros & Michel Favre, que falam muito sobre a contemporaneidade, em interessante contraste com a forma pioneira como Thomaz Farkas fundiu registro documental e expressão artística – expediente que também ocorre em Corda, vídeo inédito de Pablo Lobato.

No embate entre produções históricas e contemporâneas, a exposição propõe uma reflexão aberta, inconclusa, sobre a crítica social na arte – no caso do Brasil, antes condicionada pela repressão e pela censura, e agora marcada por uma confusão ético-moral onde a corrupção domina e a crítica se faz por vozes dispersas. A curadoria incluiu, ainda, obras de Gustavo Speridião, Hudinilson Jr., Pedro Victor Brandão, Rafael RG, Rochelle Costi, Tiago Tebet e do escocês Michael White – que, assim como Tobias Putrih, mostra que o tema local pode ser lido de maneira interessante e pertinente também pelo olhar estrangeiro.

Ações de Ricardo Basbaum, Jorge Menna Barreto, Mônica Nador e JAMAC compõem programa de atividades que complementam a mostra (veja PROGRAMAÇÃO).
SOBRE A CURADORA

Maria Montero é curadora independente, artista, produtora executiva especializada em exposições e galerista. Cursou Art Psychotherapy na Goldsmith College em Londres (1998), atualmente cursa Arte: História, Crítica e Curadoria na PUC-SP. Trabalhou como Relações Institucionais na Galeria Luciana Brito (2009-2010), foi curadora da primeira versão do Red Bull House of Art (2009) e coordenou o projeto Abotoados Pela Manga, ao lado de Franz Manata (2010). É fundadora e gestora do espaço independentePhosphorus e da Sé Galeria de Arte.
 

(pixação realizada exclusivamente para exposição de Rafael RG)

PROGRAMAÇÃO

>> 7 de junho, sábado: abertura da exposição (11h), com visita comentada (12h) pela curadora e pela artista Regina Silveira (12h)

A exposição também inclui:

>> Ativismo alimentar com Jorge Menna Barreto: degustação de sucos utópicos que investigam naturezas comestíveis locais com o artista e pesquisador;

>> Mônica Nador e JAMAC: artista e associação criada por ela no bairro Jardim Ângela são anfitriões de atividades transdisciplinares: arte, reflexão, ativismo e lazer em diálogo;

>> Ricardo Basbaum: ação performática reflete artisticamente sobre processos colaborativos e convivência.

Datas e horários serão divulgados em breve.


SERVIÇO

 EXPOSIÇÃO               Viva Maria

LOCAL             Luciana Brito Galeria
Rua Gomes de Carvalho, 842 – Vila Olímpia | (11) 3842 0634

PERÍODO                    de 7 de junho a 26 de julho de 2014
HORÁRIO                    de terça a sábado, das 10 às 19h

CURADORA                Maria Montero

ARTISTAS                   Fabiana de Barros e Michel Favre, Geraldo de Barros, Gustavo Speridião, Héctor Zamora, Hudinilson Jr., Jorge Menna Barreto, Michael White, Mônica Nador e JAMAC – Jardim Ângela Arte Clube, Pablo Lobato, Pedro Victor Brandão, Rafael RG, Regina Silveira, Ricardo Basbaum, Roberto Traplev, Rochelle Costi, Thomaz Farkas, Tiago Tebet, Tobias Putrih e Waldemar Cordeiro

ASSESSORIA DE IMPRENSA: Solange Viana | solange.viana@uol.com.br
tel (11) 4777.0234

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